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J. M. Beraldo é escritor e game designer, autor dos romances “Véu da Verdade” (2005), “Taikodom Despertar” (2008) e “Império de Diamante” (2015), além de diversos videogames e RPGs.

1 – RPG e Livros-jogos

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Quando tinha lá meus 11 anos, ganhei de uma amiga da minha mãe, professora de português, um livro de Portugal chamado Masmorra Infernal. Anos depois o livro foi publicado no Brasil como Calabouço da Morte. Era um livro-jogo, daqueles que você escolhe para onde o personagem segue, rolada dados, etc. Foi para mim não só um pontapé para gostar de literatura, mas também para gostar de jogos, ambos elementos da minha carreira profissional há mais de 10 anos. De lá para cá foram vários livros-jogos, vários RPGs, vários videogames. Não tem como dizer que tudo isso não influenciou minha escrita e este livro.

Mas, não. Não há elfos e anões aqui, nem magos barbudos e dragões inteligentes. Busquei outras referências para o Império de Diamante.

2 – História da África

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Sempre fui apaixonado por História e culturas diferentes. Tenho pilhas de livros de diversos temas e culturas. Entre esses livros está A Enxada e a Lança, um calhamaço enorme sobre cultura africana pré-colonial escrito pelo imortal (no caso não literalmente) Alberto da Costa e Silva. Diferente da maioria dos outros livros que tratam da cultura africana, esse não se limita àquela mais conhecida no Brasil, a iorubá. Fala de vários povos de toda a África. Em meio a essas muitas culturas conheci o conceito comum no norte e centro africano, de que o rei é a terra, e a terra é o rei. Ou seja, a Terra é forte enquanto o Rei for forte e vice versa.

Em Império de Diamante o imperador desapareceu e uma seca assola o continente. Coincidência?

3 – Historiografia

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“Não existe verdade alguma,” eu ouvi de uma doutora em História. “Existem pontos de vista.”

Estudar História na faculdade não é só sobre fatos, nomes e datas. É sobre entender o conceito da História e da Historiografia. É entender que, às vezes, o texto de um documento histórico é menos importante do que quem o escreveu, quando e o porquê. Quem escreve, o faz por um motivo. Conhece a máxima de que quem escreve a História são os vencedores? Não é bem assim, mas a frase já ajuda a entender o drama. Muito do enredo de Império de Diamante tem a ver com isso, da história passada aos personagens e a trama em si.

4 – A Fantasia “dark, gritty”

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Nunca encontrei uma boa tradução para esse termo. É fantasia, mas é uma fantasia mais crua, mais sombria. Esqueça o conceito de bom contra o mal, ou o da magia como sendo uma solução simples e sem risco. Esqueça os deuses bondosos ou os reis altruístas. O poder corrompe, e não existe solução perfeita.

Li muito Glen Cook (tanto toda a série The Black Company quanto boa parte da The Dread Empire), li Moorcock (especialmente Elric) e li George R.R Martin (bem antes de virar moda). Estas obras me influenciaram na criação não só de um mundo mais verossímil como também na criação de personagens e de um enredo mais realistas.

5 – Pinturas Orientalistas

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“Orientalismo” é um termo meio abrangente que no geral quer dizer o estudo de qualquer coisa que não seja Europa e América. No século XIX rendeu obras de arte absurdamente impressionantes sobre o Oriente Médio, como as de Jean-León Gérôme, Ludwig Deutsch e Gustav Bauernfeind. Bastou olhar algumas imagens para imediatamente ter ideias de lugares e personagens, roupas e comportamentos.

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0 Comments

  1. Vagner Stefanello disse:

    Muito bom saber sobre as influências do autor ao escrever um livro. Espero gostar bastante de Império de Diamante!

    Atenciosamente,
    Vagner Stefanello

    http://desbravandolivros.blogspot.com.br/