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Monstros Gigantes – Kaiju: Como escrevi “Coração Kaiju”

Muitas coisas – que a gente sequer imagina – podem existir enterradas debaixo de onde pisamos todo dia: coisas vivas, mortas, pedaços da história, até uma criatura descomunal prestes a concluir seu período de eras de hibernação.

Essa foi a premissa da narrativa que vinha insistindo para mim em ser contada e, quando, por acaso, me deparei com a convocatória da editora Draco que selecionaria contos com monstros gigantes, eu pensei “puxa, eu tenho uma história!”: senti que aquela era uma oportunidade e incentivo perfeitos para contá-la.

Assim como “Godzilla” e outras narrativas monstruosas do gênero propiciam falar de destruição, eu quis que “Coração Kaiju” fosse sobre isso, mas acima de tudo tratasse daquela que eu acho que o ser humano melhor desempenha, a autodestruição. E, nada contra histórias com protagonistas fodões – tem umas bem legais! –, só que contar uma dessas não seria do meu feitio. Então, eu quis que os meus personagens fossem falhos, vulneráveis, e estivessem lidando com a devastação em suas vidas causada pelas próprias escolhas, bem antes de qualquer kaiju atravessar – ou emergir – em seus caminhos.

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Quando comecei a escrever o conto, além dos protagonistas Mila e Francisco, havia mais dois: um homem e uma mulher em um casamento fracassado, sofrendo pela morte recente do filho que, simbolicamente, se relacionaria com o surgimento do kaiju. Acabei limando esse casal ao perceber que faltaria espaço e que ele não acrescentava muito.

A escolha do título não foi fácil. Foram feitas muitas listas de palavras, sinônimos, combinações, pedidos de opiniões aos amigos… A expressão em inglês “inside out” martelava na minha cabeça, mas não achei uma tradução em português que soasse tão bem quanto, e com o prazo para envio chegando ao fim, decidi tornar definitivo o título provisório que constava desde o início da criação do conto, “Coração Kaiju”. Ele representa bem a história mesmo.

Por último, acho importante mencionar que o processo criativo foi guiado, principalmente, pelo desejo de que a obra fosse mais do que uma história com monstro gigante, queria que fosse sobre como se deparar com algo monstruoso possibilita entrar em contato com o que se tem de mais humano – o que pode ser tão bom quanto ruim. Não sei se consegui atender a esse desejo, espero que sim. E espero que as pessoas leiam e decidam por si mesmas.

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