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A Hora da Verdade – Trilogia Athelgard: A Fonte Âmbar

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“Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui.

Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo

E não recuar.”

(Oriah Mountain Dreamer. O Convite)

O poema usado como epígrafe de “A Fonte Âmbar” dá o tom do livro, que vem concluir a primeira trilogia de Athelgard.

O casal de protagonistas se modificou ao longo dos primeiros livros da série, porém de maneiras diferentes. Anna, que começou adolescente e insegura, está mais madura e bem adaptada à vida no Castelo das Águias, enquanto Kieran, de quem o primeiro livro mostrou pouco mais que o exterior misterioso e mal-humorado, se permitiu baixar um pouco as defesas e se tornou uma pessoa (um tantinho) melhor.

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Os dois vivem tranquilos, fazendo planos para o futuro, até que a ameaça de uma guerra vem perturbar as Terras Férteis. Ambos hesitam em aceitar as missões que lhes são propostas, Anna por detestar a simples ideia de guerra, Kieran porque não quer voltar ao que deixou para trás e expor seu passado aos olhos da Mestra de Sagas. Tem bons motivos para isso, ou ao menos é o que acredita:

“– Você sabe o que eu seria capaz de fazer e me aceita assim mesmo, mas há coisas em mim que nunca viu, coisas que não sabe a meu respeito. Em Scyllix, elas podem ressurgir, e então…

– Então?

– Você vai me odiar – disse Kieran.” (p. 53)

Apesar de essas palavras a deixarem apreensiva, Anna resolve aceitar o desafio e parte com o marido para Scyllix, uma espécie de Esparta athelgardiana onde tudo gira em torno da vida militar. É lá que o leitor irá reencontrar alguns personagens marcantes de “O Castelo das Águias” e conhecer outros que fizeram parte do passado do mago, tais como seu rival de juventude, Declan Mão de Ferro, e sua irmã, mencionada no conto “A Encruzilhada”, que integra a coletânea “Imaginários 1”.

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Esses e outros personagens juntam suas vozes às de Anna e Kieran para contar uma história que…

— Juntam suas vozes? Quer dizer que os dois contam a história?

Sim, é isso mesmo. Anna e Kieran se alternam como narradores. Assim os leitores podem seguir simultaneamente as duas linhas em que a trama se divide, na segunda parte do livro. E eu acho legal mostrar como Scyllix, seus habitantes e toda a situação parecem diferentes, de acordo com o ponto de vista e as disposições de quem está contando a história.

Mas isso não é tudo!

Além dos capítulos maiores de Anna e Kieran há vários outros, menores, em que personagens secundários também se fazem ouvir. Isso inclui aprendizes, camponeses, guerreiros, um membro da nobreza élfica e até um soldado que luta do lado inimigo. Temos, assim, uma história cheia de nuances, onde as fronteiras entre o Bem e o Mal nem sempre estão definidas e onde o herói, visto pelos olhos do outro, pode se afigurar como um vilão temível.

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“Ele, enquanto isso, nem piscava, só ficava assis­tindo à agonia do meu primo, com aquela boca fina retorcida feito uma cobra. Era a maldade em forma de gente, o bruxo.” (p. 223)

Além da expectativa da guerra, que causa tensão em ambos, e das questões do passado, Anna e Kieran se envolvem em uma intriga política comandada pelas duas Casas da nobreza élfica radicadas em Scyllix: a Safira — da qual faz parte Hillias, personagem conhecido desde “O Castelo das Águias” – e a Âmbar, outrora dona da propriedade onde fica a fonte mágica usada nas experiências de Kieran e de seu antecessor, o falecido Mestre Mael.

A fonte é objeto de disputas internas e externas, e não resisti a fazer as manifestações a esse respeito refletirem o que temos visto, nos últimos tempos, no Brasil e em muitos outros países. Por isso o leitor não deve estranhar se, além de bater com as espadas nos escudos, os habitantes de Scyllix também fizerem soar panelas em suas reivindicações: afinal, a arte imita a vida, ou será o contrário?

As narrativas múltiplas de “A Fonte Âmbar” convergem para um clímax em que, finalmente, Kieran não mais poderá esconder seu passado aos olhos de Anna. Tampouco poderá se esconder de si mesmo. Não vou contar o que acontece, mas esse livro culmina no que é, de fato, “a hora da verdade” para o casal: o momento em que todas as máscaras e convenções caem por terra e a maior de todas as escolhas é posta diante de seus olhos.

E a fonte que tudo transforma fica à espera de que eles mergulhem, para o Bem ou para o Mal.

E que uma nova saga tenha início.

 

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