O Baronato de Shoah é uma série de livros com temática de fantasia e steampunk, que poderíamos chamar de steamfantasy por sua diversidade em ambientes mágicos e de tecnologia retrofuturista. Dinâmico, o mundo de Nordara, onde se passam as histórias, ganhou características próprias que o identificam como um dos poucos no gênero produzidos no Brasil.
Nos primórdios dos rascunhos da ideia conceitual (complicado, hein?) do processo de escrita de O Baronato de Shoah, o mundo de Nordara seria uma distopia pós-apocalíptica onde uma empresa, de nome HADES perdia o controle de suas armas biológicas (os Titãs) e afundaria o mundo em caos e destruição. O vilão seria Equidna, uma fábrica viva de monstros biológicos e tecnológicos, que, sem um mestre, controlaria as partes selvagens do mundo enquanto as raças sapientes se entrincheiravam em cidades-estados a fim de se proteger. O protagonista era Kadriatus, um paladino especializado em destruir estas criaturas e Tesla era o único vilão (fora ele quem programara Equidna).
Este primeiro rascunho nem chegou a ser visto pela editora, apesar de eu guardar os arquivos no computador (entre a pasta Lixeira e a pasta “Deus me livre!”, mas isso não vem ao caso). Talvez, um dia, quem sabe, Oxalá me guarde, talvez mesmo, eu aproveite algum conceito desta ideia (não sei, eu gosto da Equidna ser uma fábrica-viva para monstros).
Basicamente, Nordara deveria emular nosso mundo, mas com pitadas de magia e tecnologia tão fortes que seria difícil diferenciar uma da outra. Na verdade, nem eu mesmo sei diferenciar, ao certo, quando estou falando de magia e quando estou falando de tecnologia em Nordara e acho isso ótimo, por que me ajuda a ignorar as barreiras entre ambas e tratá-las com o mesmo nível de respeito ao descrevê-las em ação.
Por enquanto os livros da saga O Baronato de Shoah se focam no Quinto Império, a região central do continente, que foi dominada pelos Titãs e, mais tarde, liberta pelo messias Shoah e seus Seguidores. Atualmente o Quinto Império é controlado pelos bnei shoah, a elite social do reino e que possui superioridade física, psicológica e “espiritual” sobre os ggoyim, o povo livre, que são humanos comuns.
A política expansionista do Quinto Império já os levou a conquistar territórios que antes pertenciam a outras nações e a raças “mágicas”. Sua fronteira leste era o antigo reino de Kaz Hirai, lar das Harpias e o arquipélago ao sul, Kierkgaard, também foi um reino independente, conquistado por meio de casamentos e politicagem. Além disso, o Quinto Império foi o mediador no confronto entre Latakia e Hissarlik, os reinos dos vampiros e dos minotauros (e centauros), quando eles tomaram à força o controle de Ulan Bator, uma enorme área ao nordeste do continente principal habitada por tribos diversas e dinossauros (aqui o meteoro nunca caiu!). Ainda dentro deste território, mas escondido sob as águas, existe um reino secreto, do qual existem poucas informações. Seu nome é Nareen Torc Triath e ele é habitado pelos nekuia, o povo das profundezas.
Na saga O Baronato de Shoah os leitores são apresentados a Sehn Hadjakkis e seu esquadrão, a Canção do Silêncio. Sua história está intimamente ligada à formação da Kabalah e a muitas verdades sobre Shoah e os Titãs.
Mas como eu disse anteriormente, o mundo de Nordara é um mundo vivo, um mundo onde várias histórias acontecem ao mesmo tempo, onde culturas entram em choque, religiões discutem, pontos de vista dão início a guerras. Um mundo como o nosso.
Pensando nisso, além dos livros principais de O Baronato de Shoah, escrevi alguns contos que complementam a história e ajudam os leitores a ter um panorama mais amplo do Quinto Império e suas relações culturais. Estes contos foram disponibilizados pela Editora Draco em sua coleção “Contos do Dragão” e podem ser adquiridos em formato eletrônico.
Os contos apresentados a seguir foram pensados dentro de períodos relacionados ao livro O Baronato de Shoah – A Canção do Silêncio e sua continuação A Máquina do Mundo. Se eu tivesse de indicar uma ordem de leitura, ela seria esta:
Este primeiro conto narra o primeiro encontro entre alguns dos membros da antiga geração da Canção do Silêncio e sua luta para salvar a vida de Diren Grey, um dos futuros membros do esquadrão e um dos protagonistas de O Baronato de Shoah. Além disso, também apresenta os trolls de Nordara e um pouco da cultura de Kierkgaard.
O primeiro romance narra o desenvolvimento da Canção do Silêncio, um dos esquadrões da Kabalah, a elite militar do Quinto Império.
Este conto se passa na mesma época do livro O Baronato de Shoah, incluindo a aparição de alguns personagens da saga e situações apresentadas no livro principal, porém, por outro ponto de vista. Este conto também apresenta um novo grupo de inimigos, a Qliphoth, criada com o único objetivo de destruir a elite do Quinto Império. Eu aconselharia o leitor a parar a leitura da Canção do Silêncio após o capítulo “Tehom”, ler este conto, depois voltar ao romance principal.
Conto apresentado na coletânea Fantasias Urbanas, organizada por Eric Novello. Este conto também se passa junto com as histórias de A Canção do Silêncio, mais precisamente logo após o capítulo “Kherlakain”.
Este conto se passa no final de O Baronato de Shoah – a Canção do Silêncio e no começo de O Baronato de Shoah – A Máquina do Mundo. Ele também é um pouco diferente daquilo que o leitor médio de O Baronato de Shoah está acostumado. Ele não é linear e envolve um bocado de viagem no tempo, realidades alternativas, possibilidades e brincadeiras clarividentes.
Segundo romance da saga, onde o leitor é apresentado aos khans, o povo do norte e as primeiras menções aos syrians (os vampiros) são feitas, assim como temos a introdução de Oranyam, o outro continente de Nordara. Neste segundo volume acompanhamos os efeitos colaterais dos erros e acertos da Canção do Silêncio e o surgimento de dois novos inimigos: a Qliphoth e a União.
O título deste conto foi alterado uma dezena de vezes, até que a autora Ana Lúcia Mérege descartou o título de um conto dela e gentilmente me cedeu estas palavras. Esta história explica como a Kabalah se envolveu politicamente com os minotauros e os centauros, prejudicando seu mercado de escravos e a soberania em Ulan Bator.
Todos estes contos, de certa forma, são preparatórios não apenas para O Baronato de Shoah, mas para o mundo de Nordara. Estes são contos que expandem o mundo em si, levam o leitor para além do livro principal e o levam a conhecer mais do que a história de Sehn e seus companheiros. Estas histórias fazem de Nordara um mundo vivo.
Um mundo como o nosso.
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Bons títulos a se aconselhar a fanáticos por leitura! Peço-lhes a licença de compartilhar em meus blogs.
Muito obrigado pela força, fique à vontade!