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Os povos de “Crônicas de Atlântida” (parte II), por Antonio Luiz M. C. Costa

Nesta segunda parte, retoma-se a descrição dos povos do mundo de Kishar (confira a Enciclopédia de Crônicas de Atlântida) com etnias e espécies humanoides pouco presentes em Atlântida e por isso mencionadas apenas de passagem no romance “O Tabuleiro dos Deuses” ou nos contos já publicados. Algumas delas terão,  porém, um papel importante no próximo romance, “O Olho de Agarta”. Na terceira parte, serão relacionadas as espécies inteligentes semi-humanas e não humanas.

Crônicas de Atlântida – o tabuleiro dos deuses

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Os agartis governam o Império de Agarta, o mais poderoso rival de Atlântida, sob a liderança de um Manu, ou imperador. Foram originalmente muito semelhantes aos dengus mencionados no texto anterior, mas por milênios foram divididos em cinco castas hereditárias e submetidos por milênios à manipulação sistemática de casamentos e linhagens pela elite sacerdotal de modo a selecionar os tipos físicos e psicológicos considerados ideais para cada casta, a saber:

tautas

  • Sindus, principalmente sacerdotes, monges, assessores e altos funcionários do Estado, encarregados em especial de promover casamentos e autorizar a geração de filhos em todas as castas. São altos, magros, muito brancos, de testas altas, cabelos platinados e olhos cinzentos e ao contrário dos demais agartis, selecionados para terem vril (mana ao potencial mágico, equivalente ao axé dos atlantes) e frequentemente são telepatas e clarividentes. São vegetarianos e se vestem com mantos brancos, decorados com símbolos místicos. Embora sua educação seja centrada em espiritualidade, magia e religião, podem se dedicar a muitos tipos de estudos de interesse filosófico e teórico.
  • Tautas, fundamentalmente guerreiros, são altos e musculosos, louros de olhos azuis e cabeças alongadas, menos pálidos que os sindus. São educados sob uma disciplina espartana desde a infância e submetidos a uma dieta simples e sem temperos, mas abundante em carne e leite. A cor predominante de seus uniformes e das decorações de suas moradias é o vermelho. Seu treinamento é fundamentalmente militar, mas também se envolvem em política e diplomacia.
  • Pardhavas, administradores de terras, comércios e rebanhos, têm cabelos cor de mel, olhos verdes e corpos esbeltos. Têm mais liberdade para serem vaidosos e desfrutar de conforto, pequenos luxos e uma alimentação variada e bem temperada. Sua cor simbólica é o azul. São treinados em contabilidade, matemática aplicada e agronomia.
  • Arabayas, operários, artesãos e agricultores, têm cabelos e olhos castanhos e corpos robustos e troncudos. Sua vida é mais simples que a dos pardhavas e usam amarelo como cor simbólica. São educados para se orgulhar de erguer belas construções e produzir armas, artefatos e alimentos de primeira qualidade, mas aprendem apenas aritmética básica e sabem ler, mas não escrever.
  • Yavanas, artistas, músicos, serviçais da elite e prostitutas, têm cabelos e olhos negros e são menores e mais delicados. São a casta inferior, cuja função é alegrar e servir as demais, mas estão menos sujeitos a punições e restrições – como “bobos da corte” sociais, espera-se que sejam menos responsáveis e reverentes. Sua cor é o verde.

Os agartis cultuam muitos deuses, mas os principais são os cinco deuses padroeiros de cada uma das castas e Hauasa, a sua esposa comum, deusa do casamento e da reprodução. Os casamentos são normalmente monogâmicos, mas os sacerdotes, que arranjam todos os casamentos, podem abrir exceções para promover a reprodução de linhagens que considerem particularmente valiosas. Sua cultura tem um fundo patriarcal e a maioria das posições de poder religioso, militar e econômico é ocupada por homens sindus, tautas e pardhavas, mas dentro do casamento as linhagens masculina e feminina são de igual importância e marido e mulher têm igual autoridade sobre filhos e bens e direitos e obrigações mútuas semelhantes.

As mulheres mais poderosas são as sindus escolhidas para serem sacerdotisas de Hauasa, que têm uma grande influência na administração e autorização dos casamentos e nascimentos. Seguem-se aquelas que na casta dos tautas optam por serem valquírias, guerreiras da ativa. As demais tautas aprendem defesa pessoal e técnicas de combate básicas, mas são consideradas reservistas e sua principal obrigação é proteger a casa e os filhos na ausência do marido.

A arquitetura agarti é mais leve e curvilínea que a atlante, mas igualmente tende ao gigantismo nas obras monumentais. Salvo nos templos e outras edificações de caráter sagrado, não se usam esculturas nem pinturas. As construções profanas costumam seguir planos padronizados e são decoradas apenas por símbolos abstratos e pedras naturalmente coloridas, de acordo com a função e a casta à qual são destinadas.

Não há em Agarta escravos que possam ser comprados ou vendidos, mas os povos dominados são reduzidos a hilotas ou servos do Estado e alocados por funcionários ao trabalho da terra ou a qualquer tarefa julgada necessária, inclusive o serviço pessoal a agartis privilegiados. Não aprendem a ler ou escrever e podem ser submetidos a castigos cruéis, mas geralmente podem formar famílias e viver segundo seus costumes. Os homens-animais, comuns em Atlântida, são vistos em Agarta como abominações e automaticamente eliminados. Os agartis são pouco mencionados em “O Tabuleiro dos Deuses”, mas terão o papel principal em “O Olho de Agarta”, no qual o primeiro protagonista, Vasu, é um tauta agarti. Entre outros personagens agartis importantes, contam-se a valquíria Madhavi, a prostituta yavana Tila e o Manu Sarata.

Os povos vassalos são descendentes de agartis que realizaram conquistas periféricas no início da formação do Império, quando sua sociedade era menos fechada e inflexível e o sistema de castas ainda era incipiente. Mestiçaram-se em maior ou menor grau com povos conquistados (fomoris e caris, principalmente) , adotaram parte de seus costumes, têm seus próprios governos e cultuam seus próprios deuses, mas continuam a se considerar vassalos de Agarta, prestar homenagem ao Manu e podem, ao menos em tese, ser convocados a lutar a seu lado. São quatro povos: acaios, barrianos, airianos e baratis.

acaiosOs acaios são os mais independentes dos vassalos, criaram um sistema descentralizado de governo completamente diferente de Agarta e têm um intenso e lucrativo comércio com Atlântida, devido ao qual sua lealdade ao Manu é particularmente duvidosa. Produto de uma mestiçagem física e cultural entre agartis, fomoris e caris, podem ter pele de pálida a amorenada, constituição física bem variada e qualquer cor de olhos e cabelos.

A Confederação Acaia é uma aliança formada por cerca de três mil cantões e cidades-estados agrupados em 50 “eparquias”, cada uma das quais capaz de mobilizar vinte mil soldados. É liderada por Pótnias Calípolis, a cidade-estado mais poderosa. As divindades mais importantes são Oraios, deus da música e da harmonia e Nisa, deusa da dança e do êxtase, reverenciados em toda a Confederação; e Pótnia, deusa da sabedoria e Prômato, deus do engenho, padroeiros de Calípolis, mas cada comunidade tem seus próprios padroeiros. Acaia possui também a marinha mais poderosa em Kishar depois de Atlântida.

Costumes e instituições locais são muito variados, mas em geral os acaios livres se dividem em duas castas não estritamente hereditárias: guardiães ou phulakoi, encarregados do governo e da guerra; e produtores ou demiourgoi, camponeses, artesãos, magos, pescadores e artistas. Na maioria, os filhos pertencem à casta dos pais, mas todos são submetidos a testes físicos, morais e mentais ao chegarem à maioridade e conforme seu desempenho, podem passar de uma casta à outra. Os qualificados como guardiães celebram um casamento coletivo com todos os demais guardiães de sua cidade, com os quais terão filhos e posses em comum. As crianças nascidas de guardiães são amamentadas e criadas de maneira comunitária, sem que os pais possam saber quais são seus filhos biológicos e vice-versa. O governo é exercido coletivamente por um grupo de guardiães selecionados por exames adicionais na maturidade e chamados arcontes, que exercem em rodízio as funções executivas, legislativas e judiciárias. Homens e mulheres têm os mesmos direitos e deveres.

Os produtores podem acumular bens pessoais a partir do dote a eles concedido pelo Estado na maioridade e formar famílias monogâmicas, mas não legar herança, o que previne grandes desigualdades econômicas. Podem comprar, possuir e vender bens móveis, gado e escravos, que em Acaia são proporcionalmente muito mais numerosos e economicamente mais importantes do que em Atlântida ou qualquer outra civilização de Kishar.

Acaios costumam usar um quíton formado por uma única peça de tecido a envolver o corpo, um peplo, ou uma túnica simples, sem mangas. O azul e o branco sem enfeites são reservados aos guardiães, enquanto os produtores podem usar qualquer outra cor e padrão. Sua arquitetura foge do gosto dos senzares e agartis pelo gigantismo e costuma ser decorada com relevos e pinturas. Sua cultura valoriza várias formas de arte e especialmente o teatro, incorporado à tradição cívica. Cada cidade tem seu grande anfiteatro, patrocinado pelo Estado, no qual autores e artistas competem pela aprovação do público e pelos prêmios oferecidos pela cidade. Lúsia, uma das personagens de “O Olho de Agarta”, é uma guardiã acaia.

barrianosOs barrianos são um povo vassalo formado por agartis e seus conquistados caris. Tendem a ser mais morenos que os acaios, mas ocasionalmente se vê louros ou ruivos entre eles. Vestem túnicas longas e têm um governo formado principalmente por mercadores. Nobres e sacerdotes também constituem as classes superiores, mas não há castas formais. Possuem escravos em proporção menor que os acaios, mas maior que o dos atlantes.

A religião é politeísta e tem Tehuti, o senhor da luz, como deus supremo. Bárria tem uma respeitável marinha mercante e guerreira, possuem muitos entrepostos, feitorias e pequenas colônias e controlam grande parte do comércio nos mares orientais, onde Atlântida é menos hegemônica e os acaios não chegam. Embora não tenha fronteira com Agarta, sua intensa rivalidade com os atlantes a mantêm fiel à terra-mãe.

airianosOs airianos são semelhantes aos barrianos em aparência e origem, mas com menor proporção de caris e maior frequência de cabelos claros.

Sua divindade mais importante é Atar, deus do fogo. Usam túnicas longas (mulheres) ou túnicas curtas com calças largas (homens), de cores variadas.

Aíria é menos rica que seus vizinhos Bárata, Bárria ou Acaia, mas tem um exército respeitável e um importante comércio por caravanas com esses países e Atlântida.

baratisOs baratis são, dos vassalos agartis, os que se mantiveram mais próximos dos costumes da Agarta primitiva. Têm uma sociedade de castas, mas de composição algo diferente e sem o controle rigoroso da reprodução, embora os cruzamentos entre diferentes castas sejam proibidos.

Os descendentes de agartis, chamados bramas, se tornaram uma nova casta sacerdotal, de aparência mais diversificada e em média bem mais morena que a dos sindus. Agartis mestiçados com mercenários senzares formaram a nova casta guerreira rájana e mestiçados com mugais a casta visha, de proprietários de terra e comerciantes.

Essas três castas superiores constituem o povo dos baratis e se veem como superiores aos povos dominados de pele mais escura – tlavatlis e lemurianos –, tratados como servos do Estado, embora em geral menos oprimidos que os de Agarta.

Vestem-se com roupas leves e muitas vezes deixam o peito nu.

ofirianosOs ofirianos são um povo descendente de agartis e caris que se rebelaram há séculos contra Bárria para formar um reino independente, neutro entre Agarta e Atlântida. Dividem-se em treze tribos, cada uma com um território e um líder democraticamente eleito, mas todas obedecem, em questões de guerra e diplomacia, ao rei hereditário da cidade de Ofir.

Distinguem-se de outros povos de Kishar por se declararem obrigados por um pacto de fidelidade a cultuar apenas a El, o deus ciumento, e punirem o culto de outras divindades com a expulsão da comunidade.

Apesar de pequeno, Ofir é importante pela riqueza em cristais e pedras preciosas, amplamente usadas na tecnologia mágica de Atlântida e Agarta e os exporta para ambos. Fisicamente indistinguíveis dos barrianos, também usam trajes semelhantes, embora mais simples.

Os mugais já foram mencionados no texto anterior como imigrantes em Atlântida, mas convém lembrar aqui que a grande maioria deles foram dominados pelos agartis e formam a maior parte de seus servos agrícolas e domésticos.  São muito pobres e analfabetos e retêm apenas fragmentos de sua antiga cultura, na forma de tradições e contos folclóricos. “O Olho de mobile casinos Agarta” tem várias personagens mugais, das quais a mais importante é Bakri, nome agarti da serva dos pais de Vasu, cujo nome verdadeiro é Hoengseng.

helcarianosOs helcarianos se parecem fisicamente com os mugais, mas tendem a ser mais robustos e um pouco mais altos, falam uma língua diferente e são seu oposto em usos e costumes. São cavaleiros e guerreiros rudes, que vivem do pastoreio de rebanhos e da pilhagem de inimigos. Vestem peles, couro e feltros, raramente se banham e vivem à base de carne e leite fermentado. Vivem em guerrilha permanente com os agartis. Quando capturados muito jovens, são usados como servos, principalmente na criação de gado, mas os adultos são imediatamente executados, pois são considerados ineducáveis e It’s challenging that faces they behind the brand new online casino affiliate site CasinoCheck. Redbet ar ett generost nat casino pa alla satt och viss. incorrigíveis.

O nome de helcarianos foi-lhes dado pelos caris, cujos mitos os davam como descendentes de seu herói Helcar. Eles se chamam a si mesmo de ogur, “as tribos” e os agartis os chamam de urki. Vivem em tribos nômades, que circulam com seu gado, montarias, posses e barracas por vários territórios ao longo do ano. São patrilineares na definição dos clãs e famílias, mas ao contrário dos mugais, fazem pouca distinção entre os direitos e privilégios dos dois sexos e muitas famílias e tribos são lideradas por mulheres. O casamento é grupal: todos os homens e mulheres de um subclã se consideram casados entre si e compartilham a propriedade do rebanho e a responsabilidade pelas crianças. Têm pouca confiança nos grandes deuses e preferem negociar com espíritos menores. Tuman, um dos personagens de “O Olho de Agarta”, é helcariano.

dhvarasOs dhvaras são uma espécie humanoide robusta e de baixa estatura, com pele e cabelos de cor variável de um clã para o outro, que habita cidades subterrâneas sob certas montanhas de Agarta e tem sua própria língua e cultura.

Um típico clã dhvara possui em torno de duzentos serviçais, cem operários, cinquenta guerreiros, três ou quatro consortes (machos reprodutores) e uma Mãe, a única fêmea fértil, sexuada e parideira. Um guerreiro, que pode ser um macho ou fêmea estéril, é aproximadamente da altura de um homem mugal médio (baixo pelos padrões atlantes), mas muito mais robusto. Um operário é menor e um serviçal é da altura de um pigmeu ziaan.

Com exceção da Mãe, todos, machos e fêmeas, têm barbas a partir da puberdade. É difícil dizer se um dhvara vestido é macho ou fêmea, mesmo para outro dhvara que não o casino online conheça – mas também irrelevante, pois sua língua não tem gêneros e com exceção da Mãe e seus consortes, os dhvaras são estéreis e não têm interesse em sexo, embora possam ser muito afetuosos entre si. Normalmente, ninhadas de um ou dois bebês dão origem a guerreiros, de três ou quatro a operários e de cinco a sete, a serviçais.

ziaanA Mãe é a matriarca do clã e poder supremo. Geralmente nomeia um irmão ou filho guerreiro como seu imediato e capitão dos guerreiros, um irmão ou filho operário como ministro encarregado da manutenção da residência e da organização do trabalho produtivo e de manutenção e um irmão ou filho serviçal para cuidar dos serviços aos demais membros do clã, principalmente a rainha e as crianças.

Quando a Mãe de um clã chega à menopausa ou morre, alguns dos seus filhos adolescentes guerreiros amadurecem sexualmente. A primeira moça a desenvolver seios e menstruar se impõe como líder. Os moços sexualmente despertos se põem aos seus pés, mas geralmente são logo trocados com outras Mães para reforçar alianças e evitar a endogamia excessiva. A vitoriosa perde a barba, adquire formas mais femininas, engorda e chega a ter quatrocentos filhos. As demais jovens regridem à esterilidade e readquirem traços masculinos, inclusive barba. Com exceção dos consortes, que podem vir de fora, todos os membros jovens do clã são filhos da mesma Mãe e os mais velhos são seus irmãos ou tios.

Os dhvaras vivem em cidades-estados chamadas “cavernas” que reúnem dezenas ou centenas de clãs e milhares ou dezenas de milhares de habitantes. As Mães da mesma caverna formam uma espécie de Senado sob a presidência e liderança de uma Mãe Maior, matriarca da caverna. Essas cidades-estados formam, por sua vez, federações.

Embora respeitem os deuses, os dhvaras não os cultuam e não têm religião ou sacerdotes. Sua devoção está em primeiro lugar para com a Mãe, depois para com o clã. Os operários encarregam-se do trabalho pesado, principalmente a mecânica, a alquimia, a metalurgia e a lapidação e seus trabalhos são extremamente valorizadas por atlantes e agartis. Khiduzel, Mãe Maior da cidade-estado dhvara de Hurushulkîn, é uma das personagens de “O Olho de Agarta”.

lemsOs lemurianos são duas espécies humanoides simbioticamente relacionadas que não se cruzam entre si nem produzem híbridos férteis com a espécie dominante à qual pertencem os atlantes e demais povos já citados.  A maioria dos lemurianos livres vive em Lemúria, mas eles também estão presentes como tribos livres em outras terras não submetidas pelas demais grandes civilizações, nas colônias e grandes cidades Império Atlante como súditos, servos ou escravos e nas terras quentes de Agarta como hilotas.

  • Lems (termo senzar) dão seu nome à Lemúria e são gigantes cuja altura é em média 50% superior à dos atlantes e agartis. São pelo menos quatro grandes grupos: rakshasas (os mais gigantescos, de pele parda), takhshakas (de pele negra), murus (de pele morena) e ramoahals (negros, mas menos altos que os demais).
  • Ziaans (termo senzar) são pigmeus que têm três quartos da estatura dos atlantes e agartis e metade da estatura dos lems. Amadurecem mais rapidamente e têm vida mais curta que os demais humanoides de Kishar. Há pelo menos três grupos geralmente reconhecidos: yakshas (negros), durgars (pardos e menos baixos) e luchorpas (de pele clara e os menores de todos).

durgarsOs durgars e seus parceiros murus ou ramoahals tendem a ser mais civilizados e sedentários, enquanto os yakshas e seus associados rakshasas ou takshakas costumam ser mais arredios, selvagens e nômades. O mesmo pode se dizer dos luchorpas, mas estes são um povo quase extinto que se refugia em pequenos grupos nômades nas estepes e florestas temperadas mais selvagens de Tuté, onde os lems estão extintos e são lembrados apenas em lendas e rituais.

À parte os luchorpas, os lems e ziaans livres vivem nos trópicos, em comunidades tribais de algumas centenas ou milhares, tipicamente numa proporção de um lem para cada três ziaans. Embora lems nunca se casem ou se unam sexualmente com ziaans, essas comunidades são muito unidas e fechadas e compartilham da mesma língua e cultura. Caçam, plantam e constroem em conjunto, dividindo recursos e tarefas de acordo com costumes ancestrais. Por exemplo, entre os caçadores-coletores nômades, os lems se alimentam de caça grossa, cocos e nozes, enquanto os ziaans ficam com as animais pequenos e médios, cogumelos e raízes. Comunidades mais civilizadas têm uma organização mais complexa.

Na maior parte de Lemúria, a organização é tribal. Há, porém, algumas cidades-estados organizadas em torno de cerimoniais ziaan-lem com milhares de habitantes, onde xamãs negociam a cooperação e os trabalhos agrícolas comuns e um reino relativamente importante chamado Jambu, onde governa uma xamã e matriarca muru à qual se atribui a capacidade de encarnar Mu, deusa que é ao mesmo tempo a Grande Mãe e a representação da unidade cósmica. Há muitas divindades menores, das quais a mais conhecida é Mui, deusa da solidariedade e dos vulcões que é tida como a mais antiga divindade de Kishar.

Embora ziaans e lems formem a maior parte da população, ao longo dos séculos Jambu absorveu consideráveis populações tlavatlis, mugais, senzares e caris, originalmente formados por prisioneiros de guerra, mercadores, refugiados ou mesmo mercenários vindos de outras terras. Esses povos vivem em paz em Jambu e em geral são leais à matriarca e lutam quando necessário em seus exércitos, independentemente de suas origens étnicas. Tribos livres de outras partes da Lemúria também acodem quando a matriarca lhes pede socorro.

No Império Atlante, comunidades sedentárias e agrícolas de murus, ramoahals e durgars constituem a maior parte dos lemurianos encontrados como súditos livres e ocasionalmente servem ou exército como mercenários e são encontrados na capital como cidadãos. As demais etnias se mantém como tribos arredias da selva, quando não capturados como escravos. Em Agarta, os lemurianos são servos ou resistem nos territórios mais selvagens.

gorgosAs gorgós são uma espécie humanoide de pele escura que se reproduz por ginogênese, uma forma de partenogênese na qual o óvulo precisa ser estimulado pelo esperma de um macho de uma espécie afim para se dividir, mas o espermatozoide não contribui para sua carga genética. Têm força e estatura superior à de homens atlantes e agartis, mas menor que a das mulheres lems.

Sendo consideradas assustadoras pela maioria dos homens, às vezes são levadas a forçá-los ao ato sexual contra a sua vontade. Em consideração à sua necessidade biológica, a lei atlante não pune esse gesto como estupro, mas como uma infração menor a ser compensada por indenização ou serviços ao macho ofendido.

Vivem em certas colônias de Atlântida e muitas delas servem o exército atlante como mercenárias.

silvanosOs silvanos são humanoides pequenos, esbeltos e inteligentes das florestas tropicais e subtropicais. De pele morena, têm orelhas muito longas e pontudas e olhos grandes de pupilas verticais. São fundamentalmente noturnos e têm sentidos muito aguçados. Vivem em pequenos bandos nômades sem estrutura familiar além da relação da mãe com bebês de peito. Descansam em abrigos improvisados e alimentam-se de frutas e vegetais colhidas diretamente da natureza. Embora muitas vezes vivam próximos aos lemurianos, geralmente coexistem pacificamente com eles por não concorrer pelos mesmos recursos. Machos e fêmeas vivem nus, são praticamente do mesmo tamanho, têm a mesma escassa pilosidade (mesmo os machos nunca têm barba) e pouca diferença em estrutura corporal. Têm vozes agudas e musicais e são hábeis em imitar qualquer tipo de som. Apesar de se comportarem quase como macacos, são muito mais inteligentes, têm uma língua estranha e complexa e às vezes são capturados e mantidos como escravos.

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