A HQ Apagão – Cidade sem Lei/Luz já está pronta e sendo impressa. Enquanto isso, conversamos com o Camaleão sobre a sua carreira e, claro, sobre como foi trabalhar nesse quadrinho.
Vamos lá!
Quando começou a trabalhar com arte?
Desenho desde meus seis anos, mas nesta idade não tinha maturidade suficiente para negociar minha arte e nem pensava sobreviver disso. Me lembro muito bem do primeiro desenho que vendi, tratava-se do Lion e Chitara dos Thundercats para minha professora de Física que nas horas vagas organizava festas de aniversário. Eu tinha 16 anos, não fui convidado para festa para ver o resultado do trabalho e muito menos recebi por ele.
Como foi o convite para desenhar Apagão – Cidade sem lei/luz?
Isso foi falta de responsabilidade do Raphael Fernandes, mesmo sabendo que nunca tinha feito nem um quadrinho na vida, me convidou para fazer 20 páginas para o Imaginários 1. Para minha surpresa, foi bem aceito pelos leitores, e aí veio outra surpresa, Rapha me disse que as vinte páginas da Imaginários eram só o começo e que tinha mais 80 páginas para o Apagão – Cidade sem lei/luz. Com o projeto todo pronto, ele o coloca no Catarse e disse que contava comigo para empreitada, como companheiro é companheiro, aceitei. Foram dois anos de muito suor e pressão, mas conseguimos terminar, foi muito gratificante e evolui muito nesses dois anos.
Essa e a minha verdadeira vocação
O álbum está com uma arte impressionante! Quais foram as técnicas que você utilizou? Fez tudo direto no computador ou chegou a desenhar no papel?
No começo decidi pelo papel, lápis, nanquim, digitalizar, limpar o traço, colocar cor de fundo e finalmente finalizar a página. No primeiro capitulo foi isso, mas naquele ritmo percebi que levaria 5 anos para entregar o Apagão para nossos colaboradores, então decidi que desenharia direto no computador com minha companheira inseparável, a mesa digitalizadora. Então, Rapha recrutou nosso amigo Omar para colocar a cor de fundo, acelerando muito o processo. Fica aqui meu muito obrigado para o amigo Omar.
Quais foram suas referências artísticas para produzir Apagão?
As minhas influências para fazer o Apagão não se dão apenas através dos quadrinhos, tive muita influência de filmes como Mad Max, Highlander, Exterminador do Futuro, e outros clássicos das décadas de 1980 e 1990. Nos quadrinhos, minhas principais influências foram Frank Miller, principalmente o Cavaleiro das Trevas e 300, e, é claro, que não podia faltar uma pitada de Jack Davis e Mort Drucker. Juntar Frank Miller com MAD dá um resultado muito louco. rsrsrsrs
O que dá mais trabalho: desenhar as cenas ou criar o visual dos personagens?
Sem dúvida, criar as cenas. Durante a produção das páginas mudei várias vezes as cenas, umas para melhor e outras nem tanto. kkkkk. Já os personagens foi mais rápido e tarefa foi dividida com o Rapha.
Antes de fazer Apagão, você desenhava apenas quadrinhos de humor, como foi a experiência de mudar de gênero? Prefere fazer humor ou histórias sérias?
Sim, antes só havia feito quadrinhos para minha querida revista MAD que gosto muito e devido ao Apagão tive que me afastar um tempo, mas estou voltando com tudo.
Quanto a mudar de gênero, reacendi um desejo que havia perdido, que era um dia fazer um quadrinho impactante e o Apagão me deu isso. Agora, quanto ao humor ou história sérias, tenho a mesma dedicação só que quando faço humor invoco meus deuses Jack Davis, Mort Drucker, Aragonés, Don Martin, Mont Phyton e outros que surgem de repente. Quando a coisa é séria só invoco Frank Miller.
Por final, que dicas você dá para quem quer começar a produzir histórias em quadrinhos?
Primeiro ler muito quadrinho e ler sobre quadrinhos e mestres do gênero. Para quem quer desenhar quadrinhos, desenhar todos os dias de tudo, prédios, carros, gatos, gente, montanhas, sapos, parafusos enfim, desenhar de tudo porque você vai precisar.
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Além de ser criativa, é bem legal poder expressar o nosso sentimento com relação ao país e suas precárias situações como uma crítica que possa, talvez fazer com que a população finalmente acordem!