O roteirista Tiago P. Zanetic está a toda nos últimos dias da campanha de financiamento coletivo da sua nova graphic novel Opticus – Intervenções, com desenhos de Mauricio Leone e cores de Rodrigo Fernandes, que conta a participação de Raphael Salimena na capa. Na história, por causa de uma intervenção cirúrgica, utilizando-se de nanobots, Dr. Théo torna-se capaz de enxergar diferentes versões da realidade.
Zanetic tem diversos trabalhos publicados. No campo da literatura, é autor da trilogia Onze Reis. Nos quadrinhos está presente em diversas publicações como: Gibi Quântico, O Rei Amarelo em Quadrinhos, Demônios da Goetia em Quadrinhos, Despacho, Kimera – A Última Cidade, Space Opera e Fome dos Mortos. Além de manter seu canal no YouTube em que aborda diversos temas, o Canal do Zanetic.
Vamos para um pequeno bate-papo com ele sobre seu novo projeto.
DRACO – Sobre o que é Opticus – Intervenções? Quem é Theo?
ZANETIC – Opticus é sobre enxergar além do que nossos olhos podem ver. É ver além do óbvio. É a redenção pela descoberta de uma nova vida se abrindo diante de nossos olhos. E dr. Theodoro é o protagonista, um renomado cientista, que é a personificação disso. É Um sujeito bastante egocêntrico tendo um mundo novo se abrindo diante de seus olhos, vendo que o mundo vai muito além do seu umbigo ao ser confrontado com a possibilidade de ter algo além de sua vida em suas mãos.
DRACO – Por que você escolheu explorar o gênero ficção científica?
ZANETIC – A especulação sobre como novas tecnologias podem mudar nossa vida sempre me foi fascinante, então trabalhar com ficção científica é um prato cheio para ponderarmos como o mundo pode ser transformado com uma simples invenção. A revolução industrial trouxe muita inovação, e desde então vivemos em um ritmo frenético de inovações transformando o mundo (para bem ou para mal).
DRACO – Como trabalhar com esse tema ambientado no Brasil e ser verossímil?
ZANETIC – Creio que o mais gratificante em ambientar uma aventura fantástica no Brasil seja o fato de ver nossa realidade ser distorcida e moldada em lugares que passamos diariamente. Creio que a temática de Opticus é universal, a descoberta de que o mundo é muito mais do que podemos constatar diariamente, e usar como ponto de partida as ruas de São Paulo torna tudo muito mais interessante.
DRACO – Você aborda na sua história teoria das cordas, nanobots, avanços da medicina, como foram suas pesquisas na área?
ZANETIC – Posso dizer que não foi fácil (risos). Consultei um amigo que é físico para não falar alguma besteira em relação a multiverso e a teoria das cordas, pois apesar de grande entusiasta do tema, tenho um conhecimento limitado. Já quanto os avanços da visão, consultei um oftalmologista que me explicou como a visão poderia funcionar se elevada demais e quais consequências isso poderia trazer. A ideia de que uma pessoa comum pudesse ter acesso a tudo isso em um curto período de tempo tinha que ser o mais realista possível, dentro das teorias dos campos abordados, ou a história não soaria real o bastante para se desenvolver.
DRACO – Por que as pessoas devem ler Opticus?
ZANETIC – Porque é excelente! (risos) Brincadeiras à parte, Opticus é uma boa forma de conhecer os mundos dentro de nosso mundo. É sobre o quanto somos pequenos ante o universo e o quanto podemos ser grandiosos em nosso universo. É sobre descoberta e amadurecimento, e como estamos em constante transformação, creio que seja a história perfeita para que todos possam olhar para si mesmos e enxergar o quanto podem transformar o universo ao seu redor, mesmo que com pequenos atos.
Opticus – Intervenções pode ser adquirida em sua campanha no Catarse com recompensas exclusivas. Lá também você encontra a graphic novel Cabra d’Água e a Peleja contra os Gigantes, a primeira graphic novel desse herói nordestino que tropeça em problemas por onde passa . A campanha está na reta final, mas ainda precisa do seu apoio para se tornar real. É tudo ou nada!