O Elfo das Terras Além – Sobre como foi escrever em Athelgard, por Cristiano Konno
janeiro 31, 2017
Evangelho de Cthulhu – Coletânea de literatura – Guia para submissão de contos
fevereiro 1, 2017

Cyberpunk – Coletânea – Guia para submissão de contos

Conheci o autor William Gibson, de Neuromancer, como uma nota de rodapé no mangá Ghost in the Shell. E nessa mesma metade dos anos 90 tive contato com o RPG Gurps Cyberpunk, que dizem ter sido proibido pelo governo estadunidense — há relatos reais até de invasão e confisco de material editorial pelo serviço secreto — por ensinar a lógica por trás do hackeamento de sistemas. Eu me interessava mais e mais por um mundo em que homem e máquina se fundiam, talvez herança do meu fascínio por Blade Runner, com sua atmosfera hostil, escura e que me enchia de medo, mas não podia ser ignorado.

Nessa época pré-internet como conhecemos hoje, imaginar um futuro onde as próteses não só substituiriam órgãos, mas aumentariam capacidades, e onde se poderia vivenciar incríveis sensações através de equipamentos e programas de computador era quase como abrir um túnel para uma nova realidade. Nela a identidade seria o que quiséssemos que fosse e as viagens não teriam limitações geográficas, apenas as da banda de sua conexão com a rede.

Blade Runner

 

A partir daí, a definição de pessoa mudou, já que a consciência poderia habitar um corpo sintético e indivíduos nascidos biologicamente poderiam se tornar máquinas sem vontade, controlados por softwares que estimulassem suas funções neurais.

O que é estar vivo em um mundo onde a consciência são dados que podem ser manipulados, viajando em alta velocidade por uma infinita rede dessas mesmas informações? Parece mesmo um futuro MUITO distante.

A coletânea Cyberpunk procura histórias retrofuturistas, que imaginem o futuro imperfeito dominado pelo neoliberalismo que fez das companhias as únicas potências mundiais. Mas também quer contos futuristas, que tragam a visão atual do que é ser transumano amanhã, já que em pleno século XXI os carros ainda não voam e a verdadeira revolução tecnológica não estava no ciberespaço pela RV, e sim na extensão das pessoas com suas personas carentes por atenção em redes sociais.

Nossa inspiração como sempre está na cultura pop, desde animes como Akira, Serial Experiments Lain, Ghost in the Shell, Cyber City Oedo 808, e Ergo Proxy, literatura como I have no mouth, and I must scream, a obra completa de William Gibson (Neuromancer) e Philip K. Dick (Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?), games como Deus Ex, Metal Gear SolidSyndicate, Shadowrun e System Shock e filmes e TV como Matrix, Johnny Mnemonic, Black Mirror, Robocop, O Exterminador do Futuro e por aí vai. 

A Editora Draco agora expande a sua coleção Mundo Punk (Vaporpunk I e II, Dieselpunk e Solarpunk) com uma coletânea muito pedida por leitores e escritores, que será lançada com sua irmã em quadrinhos Periferia Cyberpunk. Bem-vindo ao mundo de Cyberpunk, aguardamos ansiosos os seus contos que devem chegar em nossos correios eletrônicos pela grande rede que nos conecta.

 

Resumo

Antologia: Cyberpunk

Organizadores: Erick Santos Cardoso e Cirilo S. Lemos

Conteúdo: Histórias de qualquer subgênero da ficção científica, mas também são permitidas inserções de fantasia, horror e gêneros correlatos, que possuam personagens inseridos em um ambiente cyberpunk. Como praxe em todas as coletâneas da Draco, não serão aceitos textos com referências excessivas a obras com direitos protegidos, ao ponto de poder ser caracterizado como fanfic. Nomes de personagens, ambientes, tudo isso entra nesse escopo e deve ser evitado. A ideia é se inspirar pelas obras já existentes para construirmos conteúdo próprio e com visões diferentes para o tema sugerido.

Formato da submissão: Arquivo .rtf com negritos e itálicos aplicados.

Contrato e pagamento de direitos autorais: Como todas as coletâneas da Editora Draco, não há cobrança nem obrigação de aquisição de exemplares aos autores. Os autores têm sempre desconto de 40% para adquirir exemplares e revendê-los, caso queiram. Além disso, a porcentagem de 15% do faturamento das vendas será dividida entre os autores e organizadores como forma de remuneração.

Limites: 5.000 a 10.000 palavras (cerca de 26000 a 52000 toques ou caracteres).

Remessa para: [email protected] com o título do e-mail “[CYBERPUNK] Nome do Conto – Nome do autor”.

Deadline: 30 de Abril de 2017.

Divulgação dos participantes: 30 de Junho de 2017.

Erick Santos Cardoso,

Janeiro de 2017.

35 Comments

  1. Danilo disse:

    É hoje, Ludmila! o/

  2. Marcos Roberto Moreira disse:

    A coletânea já fechou ou vocês aceitam contos ainda? Até quando podem ser enviados?

  3. Joao disse:

    ola,

    sera que a data-limite vai ser prorrogada?
    EStou sem tempo para concluir um conto…..

    Joao Gomes

  4. Thay Gomez disse:

    Erick, seu lindo! Que proposta maravilhosa! Estou vendo apenas hoje, verei o que consigo fazer antes do domingo, em meio aos preparativos do nosso Feirão de Livros na cidade, haha. <3 Quero participar!

  5. Tomas disse:

    Eu sei que vcs deram um longo prazo, mas se estendessem ainda mais seria ótimo! kkkkkkkkkkk

  6. Lukas disse:

    Vocês pretendem fazer uma segunda chamada para uma segunda coletânea cyberpunk?
    Quero terminar meu conto com calma, são muitas ideias! rs

  7. Wesley Nunes Ribeiro de Andrade disse:

    Se o conto tiver um ou dois palavrões será desclassificado?

  8. Neil Armstrong disse:

    Pode enviar mais de um conto?

  9. Leandro de Mattos disse:

    Olá,

    Pode-se enviar um texto que tenha estourado um pouco a cota? Cerca de 11 mil ou 12 mil palavras?

    Agradeço a resposta.

    Att.

    Leandro Mattos

  10. Nelson disse:

    Tenho um blog dedicado ao gênero cyberpunk e poucos dias após o anuncio da coletânea, o número de acessos aumentou. Também irei participar enviando um conto, mas só pela iniciativa da editora Draco, já posso dizer que estou contente.

  11. Lucas Freitas disse:

    Eu enviei um roteiro para a coletânea “Periferia Cyberpunk” existiria problema caso eu pegasse a mesma história e a adaptasse no formato de conto?

  12. Daniel Dutra disse:

    Aceitam contos escritos em dupla?

  13. Marcelo Bermann disse:

    E quando sai o resultado da coletânea “Periferia Cyberpunk”?

  14. Davenir da Silveira Viganon disse:

    Eu tenho um amigo que tem um conto…. não, brincadeira, o conto é meu kkkk. O que eu quero saber é se o conto precisa ser inédito. Eu publiquei em um blog (e não e uma coletânea com ISBN e tal.) e queria dar um upgrade nele, mantendo a essência. Posso enviar?

  15. Diego disse:

    A temática que mais me identifico, com a chance de ter um conto publicado? Seria ultrajante para mim não participar! 😀

  16. Sandro G. Moura disse:

    Escrevendo Freneticamente

  17. Nicole Moura Pereira disse:

    Oi, queria saber se o mesmo autor pode submeter mais de um conto? Eu escrevo cyberpunk há mais de dez anos, então tenho muitas ideias 😀

  18. Laura (Emtirinhas) disse:

    Oba, já sei o que começar a escrever nesse mês 🙂

  19. Almy Araujo disse:

    Olha! Eu já tenho algumas linhas escritas com essa temática. Mãos à obra!

  20. Silvio César Vasconcelos de Sousa disse:

    Apesar do viés meio anti-liberal do texto desse post (como se TODO texto cyberpunk fosse uma ode contra o liberarismo, coisa que, por exemplo, o livro Pirata de Dados, do Bruce Sterling, é contra, se lembrar-mos a empresa em que a protagonista trabalhava, uma espécie de Google new age futurista), achei válida a proposta.
    Parabéns à editora Draco pela inciativa.

    • Erick Santos Cardoso disse:

      Não acho que todo o gênero seja, mas tem grande produção que trata o liberalismo levado ao extremo. Na impede que tragam material que trabalhe mais a fusão homem-máquina, por exemplo, e tá super dentro da proposta. 🙂 Obrigado pela força!

  21. Anderson Moreira disse:

    Parece que um conto que comecei em 2010 precisa ser finalizado 🙂

  22. Carlos Silva disse:

    Tenho um conto publicado em Portugal (sou português), posso enviá—lo para esta antologia?

  23. Diego Mendonça disse:

    Dez mil palavras dá pra escrever um senhor conto. Eu estava com medo de que o limite fosse por carctéres, mas como não é, me sinto animado para escrever. <3

    • Erick Santos Cardoso disse:

      Desce a mão! Esse espaço dá pra escrever uma história com ambientação e desenvolvimento que a ficção especulativa sempre adora 🙂

  24. Maickson Alves disse:

    Opa. Começando desde já a preparar o material. =D

  25. Ricardo Michilizzi disse:

    Eu tava esperando um motivo pra voltar a escrever. Achei.