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Por dentro de "O Baronato de Shoah" – O que é a Kabalah?

espada

Quem é a força de elite militar da mais poderosa nação de Nordara? Suas origens, filosofias e potenciais são um mistério até os dias de hoje e, mesmo seus membros, não fazem muita ideia de seus limites.

Em resumo, a Kabalah é a elite militar do Quinto Império, a mais poderosa nação de Nordara. Suas origens são confusas até mesmo para os estudiosos e muita informação se perdeu nos últimos anos devido à precariedade de seus arquivos, falta de interesse das classes abastadas e ataques dos espiões inimigos.

A Kabalah surgiu a partir da crença de que Shoah e seus Seguidores derrotaram e aprisionaram os inimigos da humanidade, os Titãs, em obeliscos na região norte do Quinto Império. Cada divisão da Kabalah é formada por sucessores dos Seguidores e possui uma habilidade diferente.

A sociedade imperial é dividida entre dois povos: os ggoyim, povo-livre, descendentes daqueles que não lutaram pela liberdade tempos atrás junto com o Messias; e os bnei shoah, seus seguidores.

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Os bnei shoah

Os bnei shoah são muito mais fortes e resistentes que um humano comum. Eles são conhecidos por sofrerem ferimentos que matariam facilmente até mesmo um soldado experiente. Não é raro vê-los cair de telhados, serem alvejados por flechas, tiros e lanças e depois saírem reclamando de uma dorzinha chata no corpo. Suas mentes também são mais desenvolvidas, um bnei shoah aprende todo o conteúdo escolar até seus quatorze anos, quando é separado da sociedade comum por seus pares e ingressa no Cenóbio de Ahator, onde receberá treinamento militar

Se O Quinto Império é nação mais temida e respeitada de Nordara, deve-se ao fato de ela possuir uma elite militar poderosa, a Kabalah. A grande dúvida dos estudiosos atuais é sobre a origem dessa superioridade física e mental dos bnei shoah: eles são seres mágicos ou foram alterados pela ciência? Eles teriam alguma ligação consanguínea com os Titãs? Se eles e o povo-livre possuem a mesma origem, por que só uma parte da população se diferenciou a este ponto? Há período de os bnei shoah se tornarem tão mesquinhos quanto os Titãs?

O exército de elite do Quinto Império se divide um pouco diferente de seus compatriotas convencionais. Primeiro, eles possuem as dez sephiroth, designações que os diferenciam entre si e garantem suas habilidades. Elas não possuem, de maneira geral, uma hierarquia – nenhuma delas é mais importante que as outras, exceto o Kether, o Imperador.

Os líderes de cada sephirah são os yezirah, eles possuem autonomia total para dar ordens a seus iguais, assim como decidir punições, premiações e missões entre os seus. A autoridade de um yezirah nunca é questionada, mesmo por um de seus pares. Quando algo de grave acontece envolvendo mais de uma sephirah é costume chamar um número ímpar de yezirah para mediar a situação.

As sephiroth reunem-se em sheyvet — batalhões — cada um destes batalhões é composto por diversos membros da Kabalah, sempre tentando compensar habilidades e deficiências uns dos outros. No geral quem coordena o convite e entrada de novos soldados são os veteranos, mas há casos em que o próprio exército faz solicitações a fim de atender interesses internos. Não é difícil, por exemplo, que uma sheyvet seja criada para uma missão específica e acabe se tornando oficial devido aos laços formados por seus membros.

Existem sheyvet que atuam em conjunto com as forças militares convencionais. Estes grupos não possuem um nome específico, mas têm se tornado cada vez mais populares na região norte do Quinto Império e diminuído a distancia social entre os ggoyim e os bnei shoah.

O símbolo da Kabalah é a Árvore da Vida, um complexo sistema de linhas e círculos que representam suas filosofias e seus membros.

Abaixo, você pode conferir um trecho do livro “Crônicas da Kabalah”, com testemunhos de membros da elite a respeito de seu treinamento, modo de vida e habilidades.

Testemunho de Rael

– O que são os bnei shoah? –

Eu não queria escrever neste diário porque eu tenho mais o que fazer da minha vida. Eu também queria dizer que, se você tem qualquer esperança de achar algo útil nessas páginas, você está perdendo seu tempo. Aliás, como você colocou as mãos neste diário, se você não é o dono, espertinho?

Bom, deixa eu me apresentar. Meu nome é Rael, eu sou um bnei shoah, sou baixo, para o meu povo, mas forte como um búfalo e mal-educado como eu mesmo. Não me importa a sua opinião sobre essa queimadura da na minha cara, se eu quisesse a sua opinião eu bateria em você até arrancar ela do seu tutano.

Detalhar a cultura bnei shoah é trabalho pra estudiosos, não pra soldados. Por exemplo: neste exato momento eu poderia estar desmantelando uma rede de traficantes de erva rubra ao oeste do Quinto Império, mas não, eu estou aqui fingindo que rascunho alguma coisa útil neste caderno velho e fedorento.

A vida é uma porcaria quando você tenta ser bonzinho, né? Oi, Rael, você podia escrever no meu diário pra eu ficar bem na fita com os velhacos? Claro, Aleksandr, tudo pra você se tornar o puxa-saco número um do Quinto Império! Oh, obrigado, Rael, fico muito agradecido pela sua boa vontade.

Morra, Aleksandr Ragnarok. Morra mil mortes.

Bom, o que falar sobre nós? Pouca gente se atreve a dar certezas sobre o que somos, uma vez que parecemos estar sempre evoluindo. O que posso dizer, com certeza, é que estamos muito acima da média humana, apesar de nossos corpos serem idênticos.

Um bnei shoah é muito mais resistente que um humano comum. Podemos sofrer ferimentos que matariam um cidadão livre com facilidade, podemos cair de alturas absurdas, ser afogados durante horas, atravessados por lanças, espadas, esmagados por escudos, chutados, humilhados, batidos contra paredes e ter a orelha arrancada a mordidas por cães do inferno… Ainda assim, continuamos de pé.

Também somos mais fortes que humanos comuns e mais ágeis. Nós não conseguimos perceber isso porque é natural, mas pergunte a qualquer pessoa que nos vir lutando. Nos movemos com velocidade sobrenatural e damos pancadas capazes de abrir rombos em paredes. Nunca ficamos doentes e acordamos rápido quando inconscientes. Também não existem bnei shoah com problemas de nascença; nós somos seres “perfeitos”, na melhor concepção da palavra.

Nossa superioridade mental é a primeira a se desenvolver. Até seus quatorze anos um bnei shoah já aprendeu todo o conteúdo escolar necessário para sua sobrevivência. Nossas mentes absorvem informação de maneira rápida e objetiva. Somos capazes de decorar trechos inteiros de poemas, fazer cálculos matemáticos complexos e fórmulas químicas perigosas. A escola normal se torna enfadonha para nossos guris, e eu acredito que para a molecada ggoyim também, né? Mas, pelo menos, eles não arremessam carros quando nervosos.

É aqui que a mágica começa. Passamos a envelhecer mais devagar que nossos compatriotas. Pelo que se imagina, um bnei shoah que não se envolva com demônios, dragões e problemas do dia-a-dia pode viver até duzentos anos. Pessoalmente não conheço um soldado de elite sequer que tenha chegado aos cinquenta, mas isso é outro assunto.

Nós colocamos as crianças de ambos os povos juntas para que elas aprendam o valor da vida. É muito fácil se sentir superior quando você pode correr como uma bicicleta ou pular como um gato. Mas quando você faz amiguinhos normais você entende que eles são especiais e merecem ser protegidos.

Não somos umas gracinhas?

Nossa adolescência é o problema. Primeiro você está sentado na praça com uns amigos, trocando guloseimas, rindo e paquerando a filha da vizinha. Segundos depois você tenta correr, esbarra num amigo e desloca a clavícula dele. Aí você tenta ajudar e acaba mandando o coitado pro hospital com seis fraturas ósseas. Acabou a amizade.

Por isso inventamos o mitzvah, o ritual de separação. Nossos adolescentes precisam aprender a domar seus corpos para que um simples aperto de mão não se torne uma declaração de guerra.

Antigamente o mitzvah era um ritual respeitado, onde os adolescentes eram enfileirados e abordados por seus parentes militares com presentes e honrarias. Hoje em dia nós perdemos esses valores e só vamos até as casas chamar os moleques. Eu sinto falta de antes, do modo como esbofeteávamos os parentes, quebrávamos o nariz do recruta e ameaçávamos matar seus amigos se ele não viesse conosco.

Mas uma série de processos e ações legais tomou conta das mesas dos juízes e o Ministério Público proibiu a gente de manter as tradições milenares de nosso povo.

Maldita democracia.

Basicamente, é isso que define um bnei shoah. Agora vou deixar o treinamento com meu amigo Staal, que gosta de torturar crianças e não liga para os juízes.

Mentira. Ele liga pros juízes de vez em quando… E ameaça suas famílias, caso não calem as malditas bocas.

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Testemunho de Staal Bathurst

– O Treinamento –

Eu preciso ser sincero neste diário porque ele é parte da yahadút, a Verdadeira Fé.

Depois do mitzvah, o ritual de separação, os recrutas embarcam nos aeronavios de suas sheyvet, seus esquadrões. Pouco é dito a eles durante a viagem, pouco será feito por eles. Os veteranos querem que conversem, que entendam: esta é sua nova casa, estes são seus irmãos. O convés do aeronavio será sua cama, os mastros e velas serão seu teto, o estranho que ronca ao seu lado será sua última esperança no que está por vir.

O Cenóbio de Ahator é um kibutz, um gigantesco complexo militar localizado nas montanhas de Hellyah. É para lá que levamos nossos recrutas. Enfileirados, eles são expostos no pátio para que os veteranos possam compará-los e decorar seus nomes e rostos.

A partir do momento em que pisam no Cenóbio os recrutas são tratados como soldados. Aqueles que foram muito mimados em casa sofrem mais, mas também são os que mais gostamos. No fim do treinamento a mente e o corpo dessas crianças estão moldados como os de um soldado perfeito. Eles são a linha de defesa do Quinto Império contra seus inimigos.

A partir daí eles ingressarão no ulpan, o instituto cultural, para aprenderem o que é ser bnei shoah, o que é viver sob nossas leis e morrer por elas. Os instrutores vão levá-los aos extremos, sem jamais “romper a corda”. Nós os fazemos lutar uns contra os outros; separamos um deles e o colocamos em perigo extremo, fazendo os outros salvá-lo; tiramos sua comida e sua água, obrigando-os a roubar de outras sheyvet; incentivamos humilhações, linchamentos, brigas e vinganças. Mas tudo é monitorado, tudo é controlado e depois balanceado para formar laços de camaradagem entre eles que jamais se quebrarão. Aqui eles aprendem que a sheyvet é kosher, sagrada.

Ao fim de cada semestre os recrutas devem fazer um teste. Nós chamamos esse teste de gibush. Rael gosta de chama-lo de “inferno”, mas isso não vem ao caso.

O gibush marca o final de um ciclo. Os veteranos, em votação secreta, escolhem qual será o teste daquele semestre, baseado nas notas dos recrutas e habilidades que mais precisam ser reforçadas. O objetivo aqui é fazê-los se desenvolver, quebrar barreiras, colocá-los no extremo de seus corpos e mentes. Nada muito diferente do treinamento comum, exceto que durante o gibush os monitores não têm permissão para interferir, mesmo com vidas ameaçadas.

O último gibush acontece, sempre, no mês de elul, marcando o término do treinamento. Depois de quatro anos apanhando e sofrendo os recrutas são levados para testes em campo. Eles vão dividir espaço com seus veteranos, vão ajudá-los, erguer armas e buscar o sucesso na missão. Este é o ponto crítico do treinamento e é aqui, geralmente, que ocorrem as mortes.

 Testemunho de Aleksandr

– Fatores Culturais –

Dois dias depois que meu treinamento terminou eu percebi que o mundo dos ggoyim não me interessava mais. Os amigos com os quais eu havia crescido me pareciam distantes, fracos ou velhos. Eu os olhava com a mesma admiração de um general olhando civis. Um distanciamento se instaurara entre nós e não havia ponte capaz de nos reaproximar.

Nosso gibush tinha sido um resgate: meu irmão do meio, Midgard, fora sequestrado por seu pai poucos dias antes do mitzvah. Eu nunca me perdoei por não tê-lo salvo, mas eu era só uma criança na época e pouco teria feito além de morrer. Milliana e Seax sofreram mais, elas estavam junto quando os bárbaros apareceram e o levaram para longe. Eu nunca vou entender o que eles fizeram com Midgard, mas, quando ele voltou e foi testado pelo conselho do Cenóbio, passou em todos os testes com louvor.

O distanciamento natural dos bnei shoah não é culpa deles. É um instinto natural, algo que nasce após o treinamento e é desenvolvido por nossas mentes. Evoluímos de maneira diferente e vemos o mundo muito além das relações de poder, dinheiro e posição social.

Nós acreditamos, apenas, que o Quinto Império e o kether, o imperador, devem existir e ser mantidos em harmonia. Além disso, temos de nos manter alerta contra as ameaças dos Titãs e aqueles que desejam seu retorno. Então não há tempo para politicagem, manipulação ou traição. Nós vamos até os lugares e resolvemos os problemas, sem mistério, sem arrependimentos, sem hesitação.

Para um bnei shoah a guerra é uma coisa simples, um tabuleiro de xadrez. Melhor dizendo, a guerra é uma sinfonia, uma arte, ela dá equilíbrio à sua vida e ao seu espírito. Quando não estamos em batalha, estamos treinando. Se não estamos treinando, estamos estudando formas de batalhar e treinar.

Testemunho de Khalin

– Poderes –

Listar os poderes de um bnei shoah é uma tarefa complicada, ainda mais porque nós somos um povo reservado e não queremos os inimigos sabendo do que somos capazes. Dito isso, está bem claro, mesmo para uma mente limitada e não da’ath o que eu quero dizer, certo?

Eu quero dizer que não vou contar a verdade total neste relato, ainda que ele seja o diário de guerra do meu irmão. Este livro pode cair em mãos inimigas e sua leitura pode nos prejudicar. Ainda que eu vá envenenar suas páginas depois de amanhã e um intruso morra em poucas horas após folheá-lo sem conhecer o antídoto.

Basicamente a Kabalah, nossa força militar, é dividida em dez sephirah, galhos. O primeiro deles é o kether, o imperador, mas nós não o contamos como um soldado.

As sephirah são diferentes entre si, cada uma delas se completa de forma bastante equilibrada. Temos infantaria, espiões, inventores, profetas e sacerdotes. Nosso treinamento é feito para despertar nossas habilidades únicas, ou seja, apesar das semelhanças, nenhum bnei shoah possui habilidades idênticas às de outro. Nós somos parecidos, mas não iguais.

O que isso quer dizer?

Vamos tomar como exemplo Staal, nosso sepher (líder). Ele é um kohanim, um sacerdote. Entre suas diversas habilidades ele possui o dom da cura. Entretanto, Staal não precisa tocar um ferimento para curá-lo, basta que fixe os olhos em seu alvo e podemos ver sua magen, sua energia sagrada, desprendendo-se de seu corpo e penetrando o corpo ferido. Em instantes o ferimento para de sangrar e se fecha. Eu já vi kohanim que precisam tocar na pessoa para que isso aconteça, também já vi outros que só precisam estar ao lado da pessoa para curá-la. O mais comum é que o próprio bnei shoah desenvolva suas características com base no que é necessário ou equilibrado dentro da sheyvet.

Outro exemplo interessante: Midgard é um lôrrem, um guerreiro de infantaria. É sabido que eles possuem a habilidade de ampliar sua própria força além dos limites compreensíveis. Para fazer isso Midgard é obrigado a se concentrar por alguns segundos e depois soltar um grito furioso. Mas eu já vi uma garota, Tatjana, que precisava fazer um pequeno corte no braço esquerdo para se tornar mais forte.

O que eu quero dizer com isso?

Eu quero dizer, meu amigo, é que você nunca vai saber se aquele sapateado do yoresh no meio da luta é um truque de prestidigitação para enganá-lo através de seus poderes ou, simplesmente, um belo sapateado.

Meu conselho?

Não se meta com a Kabalah.

0 Comments

  1. Jose Roberto Vieira disse:

    Em breve tem mais, pessoal!