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Depois do fim: Escrevendo “O último gole de cerveja”, Eduardo Kasse

castelo

A comida é parca e nojenta, mas não cheguei ao desespero de completar a minha alimentação com as ratazanas que aparecem pelas frestas. Deixo esses petiscos para o Esqueleto. Como não sei o seu nome, resolvi apelidá-lo assim.

 

Nunca ouvi uma palavra sequer saindo da sua boca, somente risos, arrotos e sons guturais. Agora ele é um idiota completo. E pensar que Esqueleto já foi um construtor muito famoso, como escutei um dos carcereiros dizer. E é estranho como não me lembro desse sujeito. Esse buraco enlouquece qualquer um mesmo.

Quando o Eric Novello me convidou para fazer parte dessa coletânea, fiquei muito feliz e logo já tive diversas ideias para o conto.

Não queria fazer algo dentro da Série Tempos de Sangue, preferi me aventurar por outros caminhos, medievais, é claro, pois é onde eu me identifico e tenho tesão em criar. Então, que assim seja! Rsrs

O título Depois do fim remete a cenários apocalípticos, de grandes catástrofes e doenças, contudo, pensando um pouco cheguei à conclusão: o fim é algo individual.

E foi com essa base que escrevi O último gole de cerveja, que conta a história de um rei fictício – aqui deixo claro que é fictício, pois os leitores estão acostumados com os meus textos de fantasia histórica – destronado e jogado num calabouço, úmido, escuro e fétido, na companhia de um homem que enlouquecera ao perder a sua liberdade.

Para esse rei restou a ruína e a vergonha. Se antes era um poderoso soberano, dono de um castelo e de muitas terras, com muitos súditos e banquetes fartos, agora se tornou um prisioneiro que apanha para divertir seus algozes e agradece tal como um cão faminto quando lhe servem uma lavagem nojenta para aplacar a sua fome.

E, para aumentar ainda mais a sua punição, ele passa os dias e as noites – num calabouço eles são todos iguais – ouvindo as malditas gargalhadas do seu companheiro louco.

Será que no fim se apiedarão do rei e ele terá direito a um último gole de cerveja? Leia e descubra!

Até mais.

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0 Comments

  1. Ana Lúcia Merege disse:

    Um dos contos mais bacanas da coletânea, que mostra o quanto você cresceu como escritor desde os primeiros trabalhos que li. Parabéns!

    • Eduardo Kasse disse:

      Muito obrigado Ana! A cada dia eu procuro aprender e evoluir, sempre aprimorando as técnicas para trazer escritos ricos e de qualidade. E você me ajuda muito nisso.

      Valeu mesmo.