Sempre fui um fanático pela Idade Média e desde jovem sempre consumi tudo o que encontrei sobre o tema: livros, filmes, revistas temáticas, documentários, e por aí vai.
Quando eu era criança, gostava de montar castelinhos e paliçadas com palitos de sorvete e de dente e simulava batalhas usando pedras, galhos e aqueles bonequinhos monocromáticos vagabundos que eram vendidos nas feiras livres.
Ah, bons tempos!
Sempre tive a vontade de ser escritor. Comecei com algumas poesias – que me ajudaram a aprender a sintetizar a informação sem perder profundidade das ideias –, e pequenos contos, coisas de duas, três páginas no máximo.
Contudo por causa da faculdade e dos primeiros anos da minha carreira, o trabalho com a literatura ficou meio suspenso. E isso não foi ruim, pois ao longo dos anos eu amadureci, trabalhei com projetos e conceitos que me ajudam até hoje na minha carreira como escritor, como o planejamento estratégico e o marketing de conteúdo.
Mas esse post não é sobre mim, e sim sobre a série, então vamos voltar o tema principal.
Foi no final de 2010 que resolvi escrever o meu primeiro romance. Eu havia deixado para trás um momento turbulento da minha carreira – se quiser, você pode ler sobre isso no meu site – e buscava retomar o equilíbrio. E isso só seria possível quando a literatura fizesse parte do meu dia a dia novamente.
Sempre friso nos meus artigos a importância da criação de uma identidade profissional, em tornar o nosso nome (a nossa marca) respeitável e memorável ao longo do tempo, então escrever usando o medieval como base foi uma decisão natural para mim.
E fui me preparar para esse projeto.
Como já falei, sempre consumi muito sobre o tema, contudo, para escrever um livro de qualidade, era preciso estudar e pesquisar com seriedade.
Passei meses em sites, em livros e documentários aprendendo mais e mais sobre a época e os locais retratados no O Andarilho das Sombras.
Curiosidade: o título original desse livro era “Lágrimas de Sangue”, contudo como eu tinha em mente escrever uma série e, depois de conversas com o mestre Erick Sama, em que um brainstorm bem legal, surgiu o título “O Andarilho das Sombras”, que seria o primeiro livro da “Série Tempos de Sangue”. 😉
Pois bem, feitos os estudos base comecei a redação do livro. Escrevia diariamente – prática que mantenho até hoje –, e depois de seis meses a versão 1 do livro estava pronta.
Mas e agora? Como consigo uma editora?
Não vou entrar em detalhes sobre essa etapa. O que importa é que em dezembro de 2011, um ano depois do romance começar a ser projetado, assinei com a Draco, minha casa até hoje.
Terminou? Que nada!
Essa foi a parte “fácil” da coisa. Até chegarmos ao produto final, a história foi bem lapidada e as inconsistências corrigidas (sou muito grato ao Antonio M. C. Costa por isso).
Depois veio a criação da arte e conceito da capa (um padrão que seguiremos por toda a série) e a finalização do livro.
O trabalho em equipe é essencial para apresentarmos um livro digno do leitor!
Quando somos “novatos” não temos como saber a repercussão e a aceitação do nosso trabalho. Depois de algumas semanas começaram a aparecer as primeiras resenhas e retornos por parte dos leitores. E o pessoal estava aprovando o trabalho!
Até então eu só tinha recebido retorno de amigos e pessoas mais próximas.
Lógico que tive críticas e sempre refleti sobre todas elas. Muitas evoluções na minha escrita aconteceram depois de analisar os erros e buscar as melhorias.
Passada a euforia do lançamento do meu romance de estreia, havia chegado o momento de arregaçar as mangas e começar a trabalhar no segundo livro.
Ah! Antes que eu me esqueça: durante o processo de edição e finalização do Andarilho, aproveitei para escrever o conto Sobre guerras e deuses que também faz parte da Série Tempos de Sangue e foi publicado na Imaginários vol. 5.
Esse conto serviu como ponte para os leitores conhecerem mais o meu estilo e ajudou nas vendas do Andarilho.
Já em 2012, ano do lançamento do meu primeiro livro, comecei as pesquisas e estudos para escrever o Deuses Esquecidos. E também corri um grande risco!
Explico: no O Andarilho das Sombras apresento a história do Harold Stonecross, filho de um grande senhor de terras, que viveu como pagão e desde muito jovem se tornou um andarilho que viaja pela Inglaterra até se tornar um imortal sedento por sangue. É um personagem muito forte, carismático (alguns dizem arrogante, rs.) e com muita presença de espírito em cada cena.
O que seria natural?
Ele retornar no segundo livro, certo?
Mas não foi o que aconteceu!
Resolvi apresentar Alessio di Ettore um camponês cristão, analfabeto, que trabalhava no vinhedo de um mosteiro. Ao contrário do Harold, ele não escolheu se tornar um imortal. Foi escolhido ao acaso, aliás.
E durante o livro ele vive o dilema: pode um demônio bebedor de sangue ainda ser amado por Deus? Ele procura essa resposta.
Alguns me chamaram de louco. “Como você vai deixar de lado um protagonista tão forte?”.
Outros apoiaram a ideia. E quando lançamos o Deuses Esquecidos em 2013, a repercussão foi tão boa quanto a do Andarilho das Sombras.
Novamente vieram as resenhas, as opiniões, os elogios e as críticas e, com isso, novos aprendizados para mim. Essa dinâmica é importantíssima e recomendo aos meus colegas escritores sempre analisarem tudo com muito carinho.
O simplório Alessio di Ettore também cumpriu bem o seu papel e conquistou fãs – não tão apaixonados quanto os do Harold, ahahaha.
Curiosidade: as mulheres são muito fortes nos meus livros (tento sempre representá-las de maneira real, sem afetações ou clichês), e apesar de serem personagens aparentemente “secundárias”, elas roubam a cena em diversos capítulos. Liádan, Tita, Stella são magníficas, cada uma no seu estilo e são essenciais as histórias.
Assim chegamos ao mais novo livro da Série Tempos de Sangue, o Guerras Eternas, recém-saído do forno!
Nele Harold Stonecross retorna como protagonista, acompanhado das belas damas Liádan e Stella.
A história se passa em Canterbury e cercanias, na Inglaterra, nos primeiros anos do século XIII, e narra as escaramuças entre a Igreja e os demônios bebedores de sangue.
É uma história que entrelaça fé e poder, onde o bem e o mal não são tão óbvios de distinguir.
Curiosidade: sempre me perguntam o que são os “imortais bebedores de sangue”. Eles são os bons e velhos vampiros! E por que diabos você não usa o termo “vampiro”? Porque ele não existia nas épocas em que se passam as histórias! A Série Tempos de Sangue é bem, digamos, purista. É fantasia histórica medieval que se preocupa muito com a ambientação, o dia a dia das pessoas, os hábitos, vestes, alimentação… Quis fazer algo roots para tentar passar um retrato mais fiel possível do mundo naquele tempo. Dessa vez, além do Antonio, contei com as valiosas impressões da Ana Lúcia Merege. 😉
Obrigado por me acompanhar nessa jornada. E ela não acabou: ainda há muitas histórias a serem contadas. Vamos juntos nessa?
Até mais!
No romance O Andarilho das Sombras, primeiro volume da série Tempos de Sangue, Eduardo Kasse conta uma história instigante de como escolhas e uma promessa maliciosa criaram um grande mal.
Para salvar a vida de quem amava, Harold Stonecross sacrificou sua alma em um jogo de poder entre deuses decadentes e se tornou um demônio em busca de sangue.
Nesta fantasia sombria, entre lendas esquecidas, dogmas e mitos, Harold narra passagens de sua longa existência, repletas de conexões com tempos imemoriais, enquanto caminha pelas ruelas escuras e imundas da Europa da Idade das Trevas.
Sedutor e fatal, Harold fez do mundo o seu palco. Em sua atuação, a História escrita pelos homens confunde-se com as histórias de terror contadas pelos mais velhos. Nobres, sacerdotes, homens comuns, não importa: sempre haverá um rastro de sangue após as cortinas baixarem.
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Uns dizem que fui amaldiçoado, outros que ganhei uma nova vida fascinante. A única certeza que tenho é que essa terrível sede só pode ser saciada com sangue.
Deuses Esquecidos é o segundo romance da Série Tempos de Sangue, de Eduardo Kasse, e narra a história de Alessio, um camponês temente a Deus que se tornou imortal contra a própria vontade.
Em uma Itália governada pela incontestável Igreja Católica, com seus dogmas e imposições, Alessio se vê em um grande dilema: depois de ser transformado em um bebedor de sangue, ainda teria chance de obter a Salvação?
Enquanto segue em busca de respostas, deixando à própria sorte a mulher e o filho, percorre caminhos tortuosos pela Europa medieval contando com a ajuda de um monge glutão e preguiçoso que também precisa expiar os seus próprios pecados.
Durante essa jornada fantástica, sua alma sempre estará envolta por sombras. Se reais ou imaginárias, só o tempo poderá dizer.
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Eu vejo a imortalidade como um dom. Outros a enxergam como uma maldição. Eu busco o prazer, o sangue e a satisfação. Há aqueles que desejam somente a redenção e o fim da culpa e do sofrimento. E entre nós se arrastam guerras eternas.
Guerras Eternas é o terceiro romance da Série Tempos de Sangue, de Eduardo Kasse, e narra o pânico causado na Catedral de Canterbury e cercanias por demônios bebedores de sangue na Inglaterra dos primeiros anos do século XIII.
O arcebispo Stephen Langton se arriscará ao enfrentar um antigo mal que não teme o poder de Deus e se farta com as vidas de padres, monges e noviços, deixando os seus corpos exangues a apodrecer nas beiras das estradas.
E continua a jornada de Harold Stonecross, o sedutor e vaidoso imortal de O Andarilho das Sombras. Acompanhe-o enquanto a igreja e poderosos earls tentam combater as sombras que encobrem seus lares e almas, contando com a inesperada ajuda do mais improvável dos seres.
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