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Os povos de “Crônicas de Atlântida” (parte I), por Antonio Luiz M.C. Costa

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A interessante postagem recente de Ana Lúcia Merege sobre as raças de Athelgard me motivou a escrever este sobre os povos do mundo de Kishar, onde se passam as “Crônicas de Atlântida” – a saber, um romance publicado (“O Tabuleiro dos Deuses”), um segundo prestes a ser editado (“O Olho de Agarta”) e quatro contos que podem ser lidos em antologias da Editora Draco ou separadamente, em e-book, entre os Contos do Dragão: “Louco por um Feitiço” (em “Eclipse ao pôr do sol”), “Agora pode ser contado” (em “Fantasias Urbanas”), “Glicínias Suspensas” (em “Erótica Fantástica”, primeiro volume) e “O recrutamento da mulher-dragão” (em “Dragões”).

Crônicas de Atlântida – o tabuleiro dos deuses

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Na minha ficção, falo de “povos” e não “raças” porque enquanto o primeiro termo é abrangente e tem conotações culturais, o segundo no mundo real pressupõe uma determinação genética que frequentemente não existe (ou é irrelevante) e na literatura de fantasia e ficção científica é usado de maneira muito confusa. Ora se refere a etnias humanas reais ou imaginárias, ora a espécies imaginárias quase humanas (elfos, anões e hobbits, por exemplo) ou semi-humanas (sereias, centauros), ora a espécies fantásticas sem nada de humano (plantas e animais falantes, demônios, alienígenas ou o que mais se imaginar).

O mundo de Kishar (confira a Enciclopédia de Crônicas de Atlântida) é ainda mais complexo que o nosso em termos de povos e etnias, pois é habitado por várias espécies inteligentes, humanoides ou não, e cada uma dessas espécies tem muitas variações físicas e culturais. Para que não fique extenso demais, este texto cuidará apenas das etnias da espécie dominante que têm um papel importante em Atlântida, o país em que se passam todas as histórias já publicadas. Em postagens futuros, tratarei de povos de outras terras e de outras espécies.

A espécie dominante é semelhante ao Homo sapiens de nosso mundo, exceto por alguns detalhes: têm maior longevidade, maior estatura média e, sobretudo, têm magia. Poucos têm axé (termo que uso como mais ou menos equivalente a “mana”) suficiente para viver disso, mas a maioria é capaz de fazer funcionar uma simpatia doméstica, muitos têm um sexto sentido capaz de avisá-los quando pegam dinheiro falso ou lidam com gente de más intenções e quase todos têm amuletos e talismãs eficazes. Por isso, fraudes e crimes sérios são relativamente raros e rapidamente punidos (em Atlântida, geralmente com a escravidão), a menos que cometidos sob a proteção de uma magia mais poderosa.

Há partes do mundo de Kishar que ainda vivem na Idade da Pedra, mas Atlântida desenvolveu um misto de magia e tecnologia que torna sua civilização comparável em muitos aspectos à da Europa do século XIX. Alquimia, feitiçaria e uso de cristais mágicos são tão rotineiros quanto o trabalho de metais ou a pólvora. Substituem e às vezes superam o que no nosso mundo foi feito com máquinas a vapor, fertilizantes e medicamentos.

Embora sujeitas às mesmas leis civis e penais, cada etnia tem sua língua e deuses e é livre para praticar seus costumes quanto a direito de família e disputas internas. Para a lei atlante, os mestiços pertencem ao povo da mãe, seja qual for sua aparência. A dinastia reinante e a maior parte da elite pertencem ao povo senzar, mas muitas outras etnias estão presentes e ocasionalmente chegam aos escalões superiores da sociedade, assim como qualquer delas pode ser escravizada. Existem estereótipos e preconceitos dos senzares dominantes em relação a outros povos e destes entre si, mas apenas os homens-animais ou soans, na grande maioria escravos, são alvo de discriminação sistemática (serão tratados em outra postagem).

Segundo o mito senzar, quando a deusa Karmó quis criar a humanidade, fez vários bonecos misturando farinha, água e secreções dela e de seus irmãos. Quando pôs o primeiro no forno, deixou-o queimado demais, preto que nem carvão. Mesmo assim, lhe deu vida e assim apareceram os tlavatlis. Tentou de novo e para não passar do ponto, tirou o segundo boneco muito cedo. Desse boneco nasceram os povos morenos como os caris, fomoris e mugais.  Aí experimentou mais uma vez, acertou o ponto ideal e criou os senzares cor de bronze, seus favoritos. Quando já tinha apagado e limpado o forno, lembrou-se de ter feito mais um boneco.  Com preguiça de cortar mais lenha e fazer tudo de novo, ia jogá-lo fora, mas ao encontrá-lo ficou com pena, resolveu lhe dar vida assim mesmo e criou o povo pálido, os dengus.

tlavatlisOs tlavatlis propriamente ditos costumam ser de pele muito negra, altos e esguios, olhos escuros e cabelo negro e muito crespo, bocas grandes e traseiros proeminentes, como os africanos do alto Nilo em nosso mundo.  Outrora tiveram uma grande civilização, mas há milênios foram conquistados e escravizados pelos caris. Os senzares os libertaram ao derrotar os caris com seu apoio, mas se apoderaram das terras conquistadas, de maneira que a maioria dos tlavatlis de Atlântida vivem de serviços, da pesca, da magia ou do artesanato, embora muitos consigam galgar altos postos na sociedade, administração pública e forças armadas.

Dos povos de Atlântida, os tlavatlis são os de costumes mais flexíveis e que dão mais valor à individualidade e à realização pessoal. Têm a reputação de serem alegres, atrevidos, preguiçosos e sensuais, mas não necessariamente correspondem ao estereótipo.  O casamento (com qualquer número e sexo de parceiros) é pouco formal, na maioria das vezes é celebrado só após a convivência e o nascimento do primeiro filho e assim como o divórcio, depende apenas da vontade dos interessados. Tlavatlis são matrilineares – a herança e o nome passam de mãe para filha – e na prática matriarcais. A unidade familiar estável é formada por mãe e filhos, uma vez que maridos (e parceiras lésbicas) circulam com frequência.

Quando o clima permite, tlavatlis rurais preferem andar nus e descalços. Na cidade, costumam usar tangas coloridas e sandálias. No frio, às vezes usam uma manta ou poncho de lã, mas em algumas regiões preferem untar-se com uma pomada oleosa, que confere uma proteção comparável contra o frio. Penteados complicados, pinturas e enfeites na cabeça e no corpo são comuns. Sua culinária baseia-se em peixes, legumes, hortaliças, frutas, arroz e muita pimenta. Cultuam muitos deuses e deusas, mas cada tlavatli escolhe uma divindade em online casinos particular como protetora e guardiã. Tiakat, a primeira protagonista de “O Tabuleiro dos Deuses”, é uma tlavatli, cuja guardiã é Chiuknawat. Payin, protagonista de “Agora pode ser contado” é outro tlavatli, cujo protetor é Mokekeloa.

Outros povos de pele escura de Kishar são frequentemente chamados de “tlavatlis” pelos senzares, mesmo que tenham língua e cultura diferente. Como os tlavatlis verdadeiros são, depois dos senzares, o povo mais presente na elite, nas forças armadas e no governo atlante, muitos destes povos aceitam esse rótulo relativamente prestigioso e tentam imitá-los .

senzaresOs senzares são, a seus próprios olhos, o ápice da perfeição humana. “Sen” significa “bom”, “belo” ou “verdadeiro” em senzar (língua bela/boa/verdadeira), denominam-se a si mesmos senan (humanos belos/bons/verdadeiros) e à sua cor senrod (cor bela/boa/verdadeira).  Aos olhos de outros, são arrogantes e rígidos. De forma pejorativa, seus inimigos agartis os chamam de nagas, “serpentes”, ou asuras, “inimigos” e os acaios de phaiakes, “escuros”.

São geralmente de cor parda avermelhada, olhos rasgados negros ou muito escuros e cabelos negros e lisos. Assemelham-se a ameríndios, mas são em média muito mais altos e musculosos. Dividem-se em dezenas de clãs, como Zi (leão), Hihn (águia) ou Ká (arco-íris), cada um dos quais tem costumes e rituais próprios, usa cores características em suas roupas e joias e, idealmente, compartilha traços característicos de temperamento e aparência. Os Zi, por exemplo, usam vermelho e dourado, são tidos como combativos, orgulhosos e ousados, costumam ser altos e ter mais barba que outros senzares e seus homens deixam cabelo e barba crescerem como uma juba de leão. Os Hihn idealmente são estudiosos, inteligentes e organizados, vestem azul-claro e dourado, não têm barba e se enfeitam com penas.

Ao longo dos séculos, a convivência com povos conquistados e o domínio de um vasto império colonial levaram os senzares a adotar costumes de outros povos. Salvo nas regiões mais conservadoras ou em cerimônias tradicionais, os trajes mais costumeiros não são as tangas e túnicas dos antepassados, mas variantes da calça bufante originalmente usada por caris e do saiote dos fomoris, uns e outros usados tanto por homens quanto por mulheres e sempre nas cores dos clãs. Em tempo ameno, jovens de ambos os sexos alardeiam sua forma física com o peito nu, enquanto os idosos disfarçam o corpo envelhecido com joias e xales vistosos. Mantas e capas são usadas no frio. Exercícios físicos são praticados com tangas ou em completa nudez.

Sua culinária é uma mistura de tudo que se encontra no Império, mas preferem peixes e frutos do mar, desdenham laticínios e carnes vermelhas e apreciam pratos exóticos e especiarias picantes e complexas. Seu vocabulário mágico e científico e seus bordéis e banhos públicos foram adotados dos caris, enquanto seus ginásios e murais vieram dos fomoris. O culto pessoal a deuses estrangeiros é permitido e comum, mas o culto coletivo dos deuses senzares tradicionais é visto como obrigação cívica e sustentado pelo Estado, que constrói e mantém templos imensos e suntuosos.

Todos os senzares são matrilineares. Nome, direitos e deveres são herdados por linha feminina e os parentes maternos são os responsáveis legais pelas crianças. Os costumes variam um pouco conforme o clã e a classe social, mas em geral os homens se online casino casam com mulheres de outras famílias do online pokies mesmo clã e vão morar com elas. A lei senzar permite a um homem ter legalmente até duas mulheres e a uma mulher ter até dois maridos, mas os costumes são complacentes para com concubinatos e relações extraconjugais (inclusive homossexuais) para compensar o fato de os casamentos serem frequentemente impostos por compromissos políticos e familiares difíceis de romper.  Homens e mulheres têm direitos e prestígio comparáveis, mas os homens tendem a predominar no governo e nas forças armadas e as mulheres na justiça e na religião. A maioria das instituições senzares, inclusive o próprio Império de Atlântida, são lideradas por um homem e uma mulher (frequentemente irmãos), ainda que seus poderes e funções nem sempre sejam exatamente iguais. Sistu, o segundo protagonista de “O Tabuleiro dos Deuses”, é um senzar do clã Zi. Cemtli, a protagonista de “O recrutamento da mulher-dragão” é do clã Us (Urso).

carisOs caris foram outrora senhores do império mais poderoso de Kishar, mas foram conquistados e dominados por atlantes e agartis. Têm pele morena, cabelos negros lisos ou ondulados, olhos escuros, narizes e bocas grandes. Assemelham-se a egípcios ou assírios. Tendem a engordar mais que senzares e tlavatlis e as mulheres a online casino ter curvas marcadas e seios grandes. São também naturalmente mais peludos, mas homens e mulheres depilam minuciosamente o corpo, embora cultivem barbas e cabelos longos, penteados e perfumados com cuidado. São apegados ao luxo, ao conforto e à sensualidade e raramente se destacam como atletas, embora no passado tenham sido guerreiros e conquistadores. Ambos os sexos usam a calça “saruel” imitada pelos senzares, mas os caris a preferem em cores claras ou branco e mais bufantes (principalmente nas mulheres) e usam por cima uma túnica larga sem mangas, às vezes véus. As jovens costumam usar tecidos muito leves e translúcidos. Comem de tudo com fartura, mas preferem carnes, pães e legumes com temperos suaves e aromáticos.

Ao contrário dos tlavatlis e senzares, os caris têm uma tradição patrilinear e patriarcal. Os privilégios masculinos foram amenizados pela dominação atlante, mas o nome é herdado do pai e a autoridade paterna predomina sobre os filhos e os bens. Homens podem se casar com qualquer número de mulheres, mas estas não podem ter mais de um marido. Os casamentos são geralmente arranjados pelas famílias, mas as mulheres têm o direito de recusá-lo e cobrar o dote para se estabelecer com seus próprios meios. Algumas se tornam prostitutas, profissão respeitada em Atlântida e em especial pela tradição cari. Em Atlântida, a maioria dos caris são pequenos comerciantes, taverneiros, prostitutas, magos e astrólogos e têm a reputação, nem sempre justificada, de serem sofisticados, vaidosos e gananciosos.

Astrólogos indicam aos caris o dia e a hora propícios para casamentos e outras atividades sociais e designam a cada criança, em seu nascimento, sua divindade astral tutelar, correspondente ao astro regente da constelação ascendente no momento do nascimento. Os caris prestam culto especial a essas divindades, usam cores e amuletos apropriados e possuem almanaques relativos a esse culto que indicam os dias e horas apropriadas para orações, pedidos, sacrifícios e agradecimentos aos respectivos deuses, bem como dias e horas propícios para diferentes tipos de iniciativas, de corte de cabelo a tratamento médico. Beletsunu, amiga de Sistu em “O Tabuleiro dos Deuses”, é uma hetaira cari cuja deusa tutelar é Belit, assim como Iltani, uma das personagens principais de “Agora pode ser contado”.

fomorisOs fomoris assemelham-se aos caris, mas tendem a ter ligeiramente mais claros, são mais esguios, por serem mais dedicados aos exercícios físicos e se mostram mais peludos, por não se depilarem.  Lembram os povos do Mediterrâneo europeu, principalmente os cretenses minoicos. Aliados milenares dos senzares, transmitiram a eles muito de suas artes, arquitetura, vestuário e costumes, inclusive seu gosto pelo atletismo e pelas competições físicas, mas os jogos com touros continuam a ser especialidade sua.

Homens e mulheres jovens exercitam-se sem roupa e mostram o peito nu, costumes adotados também pelos senzares, usando normalmente saiotes ou tangas. As damas podem também usar saias longas e multicoloridas, com corseletes que sustentam e exibem os seios. Ao contrário dos senzares, comem muita carne e embora desempenhem todo tipo de profissão, em Atlântida se destacam principalmente como criadores de gado, toureiros, dançarinos, artistas, músicos e atletas. Sua alimentação é mais frugal que a dos senzares ou caris e se baseia em carne de gado, laticínios, trigo e azeitonas, com poucos condimentos.

Assim como os senzares, são matrilineares e praticam uma poligamia limitada, com igualdade prática entre os dois sexos. Ao contrário deles, não têm um sistema de clãs e seus casamentos são feitos e desfeitos com menos interferência das redes familiares.  São mais individualistas e flexíveis, quase tanto quanto os tlavatlis. Entretanto, tendem a ser mais ambiciosos e trabalhadores e são mais submissos a seus deuses, vistos menos como amigos e protetores e mais como patrões exigentes. Suas cerimônias religiosas são particularmente intensas, coletivas e orgiásticas. Sethre e Ramtha, mestres do Instituto de Kisharografia e História em “O Tabuleiro dos Deuses” são fomoris, assim como Tita, protagonista de “Glicínias Suspensas”.

mugaisOs mugais são baixos, morenos, têm olhos escuros e rasgados, cabelos negros e lisos e são baixos em  comparação com a maioria dos povos de Kishar. Assemelham-se a japoneses, coreanos e chineses. Há milênios tinham um grande império que permaneceu próspero, pacífico e refinado numa época em que o resto do mundo se debatia em guerras brutais. Mais tarde foram, porém, quase totalmente conquistados pelos agartis, que os reduziram à servidão. Restaram apenas um pequeno reino montanhoso independente no extremo norte de seus antigos domínios e alguns milhares de refugiados nas grandes cidades atlantes.

Enquanto os mugais conquistados pelos agartis são servos agrícolas ou domésticos, muito pobres e analfabetos, que retêm de sua antiga história e cultura apenas resíduos folclóricos, os refugiados mantêm muito de sua antiga cultura e são comerciantes, artesãos, artistas e prestadores de serviços. Os homens usam túnicas curtas sobre calças largas e as mulheres, túnicas longas, sempre com mangas. Desprezadas pelos agartis, as tradições mugais em arte, literatura, música, arte floral e culinária são muito refinadas e particularmente exóticas e fascinantes aos olhos e ouvidos dos atlantes.

Entre os atlantes, os mugais têm a reputação de serem religiosos, serenos, educados e reservados, o que está relacionado tanto à rigidez de seus protocolos tradicionais quanto à consciência de serem um povo perseguido e ameaçado, que receia provocar os senhores da terra onde se refugiaram. Na maioria, os mugais ainda resistem a se deixar assimilar pelos costumes de Atlântida, são pudicos e ciumentos , se chocam com a desavergonhada sensualidade de seus vizinhos e tentam proteger seus jovens de sua influência.

São um povo patriarcal e patrilinear e no passado admitiam a poligamia masculina entre seus poderosos, mas esta é muito rara nas condições atuais. Os casamentos são normalmente arranjados entre as famílias para toda a vida. As mulheres, quando se casam fora do clã, passam a pertencer ao clã do marido, seguir suas tradições e cultuar seus gênios e ancestrais. Idealmente se casam virgens e são submissas, mas os maridos as tratam com respeito e cortesia e lhes são fiéis, mas isso nem sempre corresponde aos fatos. Apenas as viúvas e as órfãs solteiras são donas de suas vidas, se tiverem recursos. Caso contrário, precisam pedir a proteção de parentes ou sobreviver como serviçais ou prostitutas. Tjurmyen, a terceira protagonista de “O Tabuleiro dos Deuses”, é uma refugiada mugal em Atlântida.

dengusOs dengus são um povo de pele pálida e rosada, cabelos louros e olhos claros. Assim como os fomoris, são aliados de longa data dos senzares, mas pouco os influenciaram, salvo no aspecto militar.  Têm a reputação de serem marciais, destemidos e disciplinados, em grande parte devido à boa reputação como aliados e mercenários de Atlântida. Sua arte e cultura são, porém, vistos como inferiores e sua culinária, baseada em carnes, tubérculos e conservas, é vista pelos senzares como pobre e insípida.

Sua cultura é patrilinear e moderadamente patriarcal. Espera-se que as mulheres respeitem os maridos, mas não que sejam passivas e submissas. O casamento é monogâmico e livremente decidido pelos interessados, mas os dengus que vivem em Atlântida tendem a ser mais tolerantes para com relações extraconjugais e concubinas e admitir a igualdade prática entre homens e mulheres.

Dividem-se em duas vertentes religiosas. A maioria pratica um paganismo politeísta tradicional e uma minoria importante que segue uma filosofia panteísta monástica e ascética conhecida como ralcianismo, que prega a moderação, o vegetarianismo e a castidade e converteu alguns atlantes de outras raças. Os praticantes desta última idealmente vivem em mosteiros ou congregações de fiéis leigos com regras severas e prática religiosa frequente.

Os trajes tradicionais dengus, nos países frios dos quais se originam, incluem roupas de couro ou de peles. No trabalho, na equitação e na guerra, geralmente usam túnicas com mangas longas, gibões ou cafetãs, junto com calças e capas de lã ou couro. Em países quentes como Atlântida, usam longas túnicas com mangas e chapéus largos para proteger-se do sol forte. Awesa, amiga de Sistu em “O Tabuleiro dos Deuses”, é dengu, assim como Helbha, personagem importante de “Agora pode ser contado”.

Veja os outros posts sobre “Os povos do mundo de Kishar”.

0 Comments

  1. Vinícius Mazzonetto disse:

    Achei muito interessante como o autor descreve esses povos, tem muito a ver com os povos do planeta, como por exemplo os fomoris que é similar aos celtas, os dengus aos nórdicos, os senzares aos ameríndios, os tlavatlis aos bantus, os mugais aos chineses e possívelmente os caris a antiga civilização da suméria.

    como posso entrar em contato diretamente com o autor?

  2. Morte Rubra disse:

    po eu nao aguento mais esse assunto Atlantida já tá muito batido, façam algo original po

    • Erick Santos Cardoso disse:

      Olá, Morte Rubra, obrigado pelo seu comentário! A abordagem do Antonio é bastante interessante, fica a dica para uma próxima leitura. 😉 Abraços!

  3. JOICE SILVA disse:

    Eu gostei muito da sua forma de descrever as raças e culturas e amei as formas como você os descreve,seria uma leitura muito boa de se ler.

    • Erick Santos Cardoso disse:

      Olá, Joice! O Antonio tem um trabalho de pesquisa muito bacana sobre o esoterismo aplicado nas suas obras, temos certeza que o resultado agrada bastante quem gosta de literatura especulativa com bastante fantasia. Abraços