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Boy’s Love: Escrevendo “A fabulosa receita de Yoshi Kouga”, Diego Umino-Hatake

— Então… Primeira vez que passa por aqui. Alguma razão especial o fez decidir provar um doce hoje?

 

— Não exatamente… — comentou o cliente. — Eu sempre passo por essa rua na volta para casa, nunca havia notado exatamente este lugar… Daí que hoje decidi fazer algo diferente.

 

— Resolveu vir aqui se abrigar da chuva? — observou Yoshi num tom sarcástico.

 

— Sim, isso também. — respondeu o outro, num sorriso tímido, porém amigável.

 

Yoshi cortou cuidadosamente um pedaço da torta e o colocou no prato. Fez uma pequena decoração com calda de morango ao redor da fatia no prato. Entregou o pedido ao cliente, junto com um garfo de prata e um guardanapo de papel. O homem nada comentou, mas viu o utensílio e ficou um pouco admirado pelo tanto que ele brilhava. Gostou do zelo que Yoshi parecia ter com o que fazia.

 

Yoshi esboçava um sorriso, mas no fundo escondia certa apreensão. Na verdade, ele sempre sentia um friozinho na barriga quando alguém provava um de seus doces… Afinal, alguém estava provando uma de suas criações, ele queria muito que as pessoas apreciassem o fruto de seu trabalho. Mas nesse caso, o sentimento era um pouco diferente…

Arte por Tanko Chan

“A fabulosa receita de Yoshi Kouga” nasceu da minha vontade, basicamente, de fazer uma história que tivesse doces no meio. Há algum tempo já pensava em escrever um romance que se passasse numa pâtisserie e que envolvesse um relacionamento entre cliente e pâtissier, até cheguei a ensaiar umas palavras, mas pouco da história se desenvolveu. O plot ficou guardado até que veio o anúncio da coletânea. Daí eu me lembrei da história inacabada que eu tinha. Somado a isso, estava pesquisando sobre o mangá “Antique Bakery” que se passa numa pâtisserie na época. Todos aqueles doces apresentados nos quadrinhos me fez decidir que meu conto teria que ter doces, não importasse como!

Tentei pensar em vários tipos de seres fantásticos que poderia usar como protagonista: anjos, demônios, super-heróis, lobisomens, qualquer coisa… Então me lembrei da descrição que tinha imaginado da confeitaria: de madeira, pintada como uma casinha de interior, construída com muito esmero… um toque de “humanidade” no meio de uma rua ou bairro cheio de prédios. Algo quase “mágico” ali no meio de tanta “frieza”. Foi quando eu concebi o personagem principal como não apenas um pâtissier, mas um pâtissier mágico… cuja mágica ultrapassasse o que faz na cozinha. Porém, por mais que seja uma história envolvendo magia, tentei deixar essa questão de feiticeiros sob uma ótica mais realista. Embora não sei o quão realista dá pra encarar o fato de feiticeiros e seus gatos “falantes”, hahaha… Bem, construí todo um universo por trás desse conto que, um dia, espero reutilizar novamente em outro conto, ou livro… Nunca se sabe.

Para montar a história de amor, pensei num problema muito comum de relacionamentos: o medo. O medo de começar algo que pode dar muito, muito errado. Quem nunca teve aquele medo ao conhecer alguém com quem poderia começar um relacionamento por temer que termine tão ruim quanto o relacionamento anterior? Mas para Yoshi Kouga a coisa é diferente: além de nunca ter tido um relacionamento, e por isso ainda estando preso à ideia de “amor ideal”, ele se vê encantado – ou talvez deveria dizer, se vê encantando – alguém do mesmo sexo. Até onde podemos controlar os sentimentos sobre uma pessoa? E como saber se aquela pessoa é a pessoa certa? E como alguém que domina a magia faria pra saber isso? Procurei refletir sobre esses assuntos ao escrever esse conto, e convido vocês, leitores, a refletirem comigo. Yaoi e feitiços juntos: não existe nada mais… doce.

OK, essa foi horrível… Mas sinceramente, espero que a história lhes envolva em toda uma magia que… ARGH, ALGUÉM ME FAÇA PARAR!

Enfim… Espero que gostem da história.

PS.: Ao lerem o conto, vocês vão descobrir porque eu usei um título tão “eloquente” para a história – especialmente os cinéfilos.

boys_love

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0 Comments

  1. Tanko disse:

    Li e reli umas dez vezes, esse conto é extremamente divertido, surpreendente e com alguns dos melhores diálogos de todo o livro. XD

    Espero muito que o Diego dê continuação a esse projeto, pois o Yoshi merecia mais algumas aventuras.

  2. Grazie N. Ferraz disse:

    Este conto é simplesmente um dos meus favoritos no livro. Além de ter me encantado com a delicadeza da história, tudo isso que o autor cita, sobre o receio de relacionamentos e a gatinha encantada lá dando uma força para o dono (do jeitão dela, né?), ainda me senti deliciosamente remetida a dois de meus filmes favoritos: O Serviço de Entregas da Kiki, animação de Hayao Miyazaki (acho que é por causa do gatinho) e Beijo Roubado de Won Kar-wai (acho que é por causa dos doces).
    O Yoshi é um personagem maravilhosamente carismático, mesmo em sua personalidade reservada e receosa, conseguiu minha imediata simpatia! Adorei a ambientação, a mescla de realidade e fantasia, tudo, a harmonia do tema com o estilo da escrita até o desfecho gratificante, você consegue ver o resultado de um trabalho bem feito. Fiquei pensando se haveria a possibilidade de uma continuação da história, talvez o desenvolvimento do relacionamento do casal, este conto tão doce faz bem o seu papel: o de nos dar vontade de muito mais. Parabéns, Diego, sua obra é linda de verdade!

  3. Karen Alvares disse:

    Eu adoro esse conto! <3
    É lindo, lindo demais. É simples, mas tãaaaaaaaaao doce. O relacionamento deles é construído de uma maneira tão natural. E tem uma gatinha mágica! *___*
    Fiquei completamente arrebatada lendo-o.