Terra Morta – relatos de sobrevivência a um apocalipse zumbi: Escrevendo “A Prova”, de Kristian P. Moura
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Terra Morta – relatos de sobrevivência a um apocalipse zumbi: Escrevendo “Os Demônios da Vila Carioca”, de Marcelo Milici
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Terra Morta – relatos de sobrevivência a um apocalipse zumbi: Escrevendo “A Metade de Meia Dúzia”, de Felipe Castilho

Não sabia direito o que estava fazendo. Embreagem, freio, acelerador. Não conseguia se lembrar das aulas de direção de seu pai. Restava apenas o desespero. A picape deu um salto engasgado para frente, e os infectados começaram a subir para cima do capô. Os vidros traseiros do veículo começaram a trincar. Alguns zumbis usavam a própria cabeça para se livrarem da barreira transparente entre eles e a sua presa. Como qualquer animal selvagem, a fome os deixava mais perigosos.

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Eu conheci Terra Morta no início de 2011, quando ainda era um blog e quando eu ainda nem tinha o contrato do meu primeiro romance. Nunca fui muito de ler no computador, pois eu ficava com uma dor de cabeça do caramba. Meus olhos doíam e o chip alienígena implantado na minha cabeça zunia. MAS, notei que o que rolava por lá era uma história de zumbis no interior paulista! Como morei por um bom tempo fora da capital de São Paulo, achei bacana alguém se dignar a escrever algo nessa linha fora dos grandes polos metropolitanos. A curiosidade venceu. Colei uns capítulos do blog no Word, imprimi e fui para casa lendo as aventuras de Tiago, o parkour de Jaboticabal.

Algumas semanas depois, a Editora Draco anunciou que iria publicar a história (viva!) e em seguida pipocou na web uma chamada do próprio autor para pessoas que quisessem participar de uma coletânea se passando dentro do universo proposto em Terra Morta. Eu, que nunca tinha escrito nada sobre mortos-vivos, achei que seria um gatilho bacana pra testar esse meu lado inédito, e mandei um texto para o e-mail indicado um tempo depois. No mesmo dia do envio, o Sr. Tiago Toy me respondeu. Na hora pensei que fosse resposta alguma resposta automática ou confirmação de recebimento, mas o bichinho leu rápido mesmo! Curtiu o que estava lá, e me disse que se a coletânea fosse rolar mesmo, eu estaria dentro. Eba, vitória! De quebra, fiquei brother do Tiago, e hoje posso considerá-lo um grande amigo.

Estamos aqui então, no finalzinho de 2013, e “A Metade de Meia Dúzia” está prestes a ver a luz do dia!

A minha ideia era fazer uma espécie de “(500) Dias Com Ela” com infectados. Idas e vindas na narrativa, amores não correspondidos, frescurites de apaixonadinhos… e tudo regado com sangue. Arranjei um tempinho para me vingar pessoalmente de figurinhas que eu odiava na época, e que hoje estão bem mais mortas para mim do que todas aquelas fictícias pessoas inocentes em Jaboticabal.

A referência para a faculdade que aparece no conto é o Mackenzie. Vai, é o Mackenzie. Eu posso falar isso aqui, neste post, no conto não. Mas pensei em toda aquela molecada que fica matando aula e enchendo a cara nos botecos da Maria Antônia, e me deu uma vontade de ver alguns deles passando dificuldades verdadeiras uma vez na vida. Sim, eu fiz jovens ricos morrerem no meu conto. Julguem-me.

Acho que não tenho muito o que falar mais à respeito do processo de escrita desta história. Ele foi divertido de se fazer, pois eu estava feliz em poder contar a minha primeira história de zum… digo, de infectados. E mesmo depois de dois anos, apesar de ter mudado bastante meus conceitos sobre escrita e o mercado literário, continuo achando que estar feliz e empolgado com o que você produz é a primeira e mais importante coisa que um escritor precisa para fazer o trabalho bem-feito. Espero que vocês gostem das minhas páginas em tributo à esse universo horrivelmente bacana que o Toy nos presenteou.

Terra Morta: relatos de sobrevivência ao apocalipse zumbi

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