Eu não me lembrava da Escócia ser tão chuvosa assim.
Não são nem cinco da tarde e o céu está tão negro que eu não estranharia se uma fenda dimensional se abrisse e os cinco cavaleiros do Apocalipse descessem, espalhando peste, guerra, fome, morte e…
… qual era o quinto mesmo?
Ah, dane-se. Nunca fui muito bom em literatura católica.
O fato é que nesse tempo não dá nem pra acender um cigarro decentemente. Além disso, não me importo de carregar minha mala, mas o cheiro de couro molhado já está me deixando irritado. Venta demais e o guarda-chuva mal serve para proteger a cabeça, quanto mais os pertences.
É tudo culpa dos taxistas. Não é óbvio? Se eles não fossem tão… taxistas, eu não precisaria odiá-los e fazer de tudo para evitar encontrá-los, inclusive ir a pé da rodoviária ao hotel. Taxistas ou chuva forte… não sei qual odeio mais.
Quando a Draco abriu a coletânea Dragões para submissões, vi que era uma ótima oportunidade de publicação e com um tema muito divertido! Dragões, como não amá-los?
No edital havia várias sugestões de abordagens para o tema, e uma delas dizia que “dragões sequestrando princesas” era um mote clichê e por isso, recomendavam cautela ao criar algo nesse sentido. Ao ler isso, os primeiros flashes da história surgiram em minha mente. Por isso, posso dizer a própria Draco inspirou o conto e, felizmente, funcionou ter investido nessa primeira ideia!
A ambientação veio de histórias onde criaturas místicas vivem disfarçadas na sociedade humana moderna, como a HQ Fábulas, de Bill Willinghan, e o seriado Grimm. O formato da história também foi pensado como um episódio de série policial, onde um detetive experiente e um novato se unem para investigar um incidente – no caso, o desaparecimento em série de herdeiras milionárias.
Dei bastante atenção para o local da aventura, a Escócia. Uma coisa que sempre me intriga em seriados e filmes é como as pessoas atravessam rápido de um país para outro! Por isso, no exercício de tomar cuidado com a geografia, a jornada em si se tornou o fio condutor da história. E sendo um local antigo repleto de folclore místico, não foi desperdício dar atenção especial aos lugares reais por onde os personagens passam. Aprendi muita coisa interessante sobre a Escócia.
Aos que lerem, espero que tenham uma experiência tão agradável quanto a que tive durante a criação! Obrigada a todos!
Você pode baixar o conto em formato e-book na sua loja preferida, acesse a hotpage: http://editoradraco.com/2012/12/22/dragoes-operacao-rastro-rubro-ana-carolina-pereira/
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