Luiza Salazar fala sobre o romance Um toque de morte

A autora Luiza Salazar nos contou um pouco mais sobre o livro, sobre tatuagens que matam e divulgou um trechinho da história.

Aproveite!

1) Sobre o que fala o livro Um toque de morte?

Ele conta a história de Kat, uma jovem com uma habilidade incomum: a de matar as pessoas com um toque. A história acompanha a garota quando ela conhece dois rapazes que também possuem habilidades incomuns. E Kat desconfia que eles estejam escondendo suas verdadeiras intenções.

2) Como surgiu a ideia de escrever a história?

Eu tenho uma fascinação grande pela morte. Hahahaha, eu sei que isso parece um pouco mórbido, mas o que eu quero dizer é que a morte é uma das únicas coisas no mundo de hoje que nós temos total liberdade para imaginar. Cada cultura tem suas crenças sobre o que acontece depois da morte e eu achei que seria legal explorar a ideia de uma pessoa tão nova que tem uma ligação tão forte e direta com a morte. O que qualquer um de nós faria se tivesse essa habilidade? Essa era a pergunta que eu queria instigar. O que está certo ou errado? O quanto dos seus crimes seria devido às suas circunstâncias? Foi daí que surgiu a ideia.

3) O que você contaria aos leitores que estão prestes a conhecer Katherine e suas estranhas tatuagens?

Katherine é um personagem complexo, embora na superfície ela possa parecer “preto e branca”.  Eu acho que ela gosta de agir como se suas atitudes fossem naturais, como se tudo que ela faz fosse “nada demais”, porque no fundo ela tem medo de encarar o que realmente é. As tatuagens são um pouco mais difíceis de explicar e, por enquanto, nem mesmo ela sabe o que elas significam. Mas elas têm um significado!

Sempre que as vê, Kat pensa em como é diferente. Do quanto ela não tem escolhas. Quando está prestes a se sentir normal, ela as vê e se lembra: é uma assassina. E isso, às vezes, machuca.

4) Você poderia nos dar um trecho interessante do livro?

[…] eu consigo ver tudo que o mantém vivo, sinto  cada batida do seu coração e cada movimento dos seus pulmões. Um véu cinzento cobre o quarto, como se a cor tivesse sido sugada do ambiente e eu sinto frio, muito frio. Nuvens de fumaça saem da minha boca quando eu respiro e pequenos pedaços de gelo se formam nas pontas dos meus dedos. […]  O corpo dele fica frio sob as minhas mãos.  e eu consigo sentir sua vida se esvaindo como água sendo escoada por um ralo. Seu coração para de bater e sua respiração cessa. Minhas mãos esquentam à medida que ele esfria e o cinza do mundo se torna cada vez mais preto.

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