Um apocalipse zumbi vai acontecer. Tarda, mas é fato. A sequência de Terra Morta também. Sério. A coletânea da saga, Terra Morta – Relatos de Sobrevivência a um Apocalipse Zumbi, já havia sido dada como morta, mas surgiu sem alarde. Talvez seja essa minha intenção: deixá-lo relaxado, confortável, e vir com tudo, sem te dar chance de reagir.
Sempre me senti sem encaixe em conversas sobre críticas sociais em obras do gênero. Ora, são apenas um monte de defuntos que cansaram do cardápio oferecido na merenda do inferno e resolveram buscar outra opção de dieta. São criaturas descerebradas, lentas, com dificuldade na fala, e que fedem pra burro. São apenas um bando de zumbis idiotas. Não são?
Quando questionado sobre o que mais gostava em histórias de mortos-vivos, tirava aquela resposta pronta do bolso: “Gosto da história dos sobreviventes. Zumbis são apenas um pano de fundo, bla bla bla”. Confesso que não sabia exatamente o que estava dizendo; respondia o que queriam ouvir.
Quando você é reconhecido por escrever sobre um determinado tema, corre o risco de se tornar limitado. Afinal, o que se pode trazer de novo a um assunto tão desgastado? Como reinventar algo com um vínculo tão forte às origens sem arrumar treta com saudosistas ou leitores frescos? Há um jeito, e não é segredo.
Terra Morta – Relatos de Sobrevivência a um Apocalipse Zumbi vem aí para provar o que digo. Em meio a textos escritos exclusivamente para homenagear o universo de Terra Morta, foi tarefa árdua sentir cheiro de carne tenra. Quando se tem referências pré-estabelecidas do que seria um apocalipse morto-vivo (ou zumbi, ok), fica difícil pensar fora da caixa. Certo? Não para os autores selecionados.
Contando com escritos que homenageiam clássicos como Demons, de Lamberto Bava, e A Noite dos Mortos-Vivos, de George Romero (é sempre bom um gostinho familiar), até os que deixam os infectados (os “zumbis” de Terra Morta. Não conhece? Vá ler aqui) de lado, e focam no drama de seus sobreviventes ou inserindo críticas sociais nas entrelinhas, a nova coletânea da Draco é um banquete para os mais esfomeados. Trazendo o que há de melhor do gênero no Brasil, te convidamos a fazer parte de nosso grupo de resistência. Encontre seu lugar conosco. O time não é brinquedo, não!
Coletânea “Terra Morta – Relatos de Sobrevivência a um Apocalipse Zumbi”
“A Causa” (Kristian Moura)
“A Metade de Meia Dúzia” (Felipe Castilho)
“A Última Sessão do Cine Galaxy” (Fabi Deschamps)
“Encaixotando Natália” (Gabriel Réquiem)
“Engenharia Reversa” (Conrado Ramazini)
“Mas Livrai-nos do Mal” (Lidia Zuin)
“Noite de Poker” (Fábio Aresi)
“Os Demônios da Vila Carioca” (Marcelo Milici)
Além, é claro, de contar com três spin-offs oficiais escritos por mim:
“A obsessão de Vitória”
“Demônios eu vi lá no parque, demônios por todas as partes”
“Pra fazer sabão é que não é”
Eu sou torturador. Por mim lançaria a coletânea junto ou só depois de Terra Morta 2. O problema é que comecei a receber ligações não identificadas de ameaça, cartas anônimas, e tive meus sonhos invadidos por infec… por leitores que não aguentam mais de ansiedade para ler algo novo de TM. Alguns arrancaram as páginas de seus TM: Fuga de tanto ler e reler. Zumbis comem carne todos os dias e não reclamam. Humpf.
Mas também sou bonzinho, talvez graças às minhas mudanças de humor. Foi numa dessas que falei “Vamos lançar. Será bom como aperitivo até a refeição principal”. Não é aperitivo. O prato é farto! Quem sabe, enquanto vocês leem a coletânea e prestigiam autores novos e usados (no bom sentido, babies, não precisam morder), eu posso terminar a revisão de TM2 tranquilamente.
Antes de dar tchau, agradeço aos autores que reservaram um tempo especial para escrever sobre esse gênero que tanto amamos, mas que não foram selecionados. Por mim, deixaria todos no grupo. Sério, sou bonzinho mesmo. Infelizmente, em tempos tão difíceis, nem todos são aptos a sobreviver. Saibam que seu sacrifício não foi em vão. Os remanescentes continuarão percorrendo seu caminho e faremos jus à sua imolação. Correremos, escalaremos, mataremos e comeremos insetos se preciso. No fim, Terra Morta – Relatos de Sobrevivência a um Apocalipse Zumbi valerá tudo isso.
Keep surviving.
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Finalmente saiu essa coleção! O melhor são os nomes. Não conheço muitos. A Draco precisa mesmo expandir o elenco e dar espaço para novos autores. Muito boa seleção.
Parabéns ao Toy e ao “grupo de sobrevivência” escolhido. Vou adquirir e resenhar. Adoro quando os autores pensam fora da caixa, como foi dito.
Desejo muito sucesso ao projeto.
Obrigado pela confiança! A Draco sempre deu espaço a novos autores, é uma das nossas bandeiras desde o começo dos trabalho que esse ano completa 4 anos. Abraços!
ZOOOOOOOOOOOMBIES for the win!!! Parabéns aos selecionados!!!
o/