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Alex Mir e Alex Genaro contam segredos de um ganhador do Angelo Agostini

mir-genaroAcaba de sair o resultado do 33º Troféu Angelo Agostini e mais uma vez o trabalho do roteirista Alex Mir conquistou o prêmio na categoria Melhor Roteirista. Seus trabalhos “Valkíria – A Fonte da Juventude” (2015), com o desenhista Alex Genaro, e “Segundo Tempo”, com o desenhista Marcelo Costa (2016), ambos publicados pela Draco, conquistaram leitores e abriram caminho para que seu trabalho fosse mais conhecido.

Aproveitamos a deixa para bater um papo com Alex Mir e Alex Genaro sobre o processo criativo dessa dupla que já tem quase 10 anos de parceria. Para entender melhor como eles se conheceram e onde saem suas ideias, confira a conversa.

1- Como foi que começaram a produzir quadrinhos?

Alex Mir – Escrevo desde os doze anos, mas minha primeira HQ de verdade, com desenho e tudo, foi feita em 1997 e chamava-se “Macabeu”. Contava a história de um jovem morto durante a ditadura militar que retorna com poderes em nossa época. Esse nome é porque o roteiro foi baseado em uma passagem do livro homônimo da Bíblia. A HQ tinha três partes e foi comprada pela Magnum, que no final das contas acabou nem publicando. Tenho planos de publicá-la nos próximos anos.

Alex Genaro – Comecei fazendo quadrinhos em fanzines, meu primeiro trabalho remunerado foi numa revista chamada “Escribas do Inferno”, depois disso fui me firmando como ilustrador, cheguei a fazer muitos testes para o mercado americano, mas desisti.

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2- E a parceria de vocês nasceu de que projeto?

Mir –  Foi em 2007, quando iniciava a publicação da revista Tempestade Cerebral. Eu precisava de HQs para o primeiro número e logo lembrei de uma Webcomic do Genaro que tinha visto na net chamada Os Combatentes. Publiquei a primeira parte naquela edição e como precisava de alguém para dar vida à Valkíria, que na época era só um roteiro, o chamei e ele aceitou. Começava ali nossa parceria que dura até hoje.

Genaro – Eu publicava alguns quadrinhos na internet, um deles era “Os Combatentes”, do meu amigo Danilo Faria. Como ele disse foi daí que veio o convite para fazer Valkíria, e como era um tema que sempre me interessou, resolvi tentar e estamos nessa caminhada juntos há quase 10 anos.

3- A série Valkíria já era conhecida dos leitores de quadrinhos nacionais. Como foi que surgiu a ideia de criar uma jungle girl tupiniquim?

Mir –  A ideia, na verdade, surgiu a partir de uma encomenda de um editor de quadrinhos da época. Ele precisava de uma heroína no estilo jungle girl e me pediu que fizesse um roteiro de quatro partes com oito páginas cada uma. Assim surgiu a “Fonte da Juventude”, que depois de uma repaginada foi publicada pela Draco quase vinte anos depois. O editor acabou sumindo do mapa e o roteiro ficou engavetado até 2007, quando foi publicado pela primeira vez na revista Tempestade Cerebral #2 a #5.

Genaro – Quando o Mir me apresentou os esboços antigos da personagem, vi que seria legal seguir um caminho diferente no visual, até hoje as pessoas que veem o nome Valkíria pensam logo em mitologia nórdica, mas eu falo “Cara, é só um nome!”. O Brasil sempre teve suas incursões em vários gêneros dos quadrinhos e é bacana ver a nossa personagem fazendo parte dessa história.

4- Vocês ganharam um Troféu Angelo Agostini por “Valkiria – A Fonte da Juventude”. O que diferencia o trabalho neste álbum do que vocês já produziram antes?

Mir – Acho que foi um conjunto: uma heroína brazuca, a arte do Genaro, a proposta da HQ, as participações mais que especiais do Laudo e do Omar e o tratamento gráfico que a Editora Draco deu para o álbum, tudo isso contribuiu para o prêmio e para que nossa guerreira tenha cada vez mais leitores.

Genaro – Foi muito bacana ganhar o Angelo Agostini, como o Mir já comentou, acredito que a junção de vários fatores fez o álbum se destacar, geralmente temos também uma boa resposta nos eventos, essa moça chama a atenção por onde passa.

5- Como foi a criação visual da Valkiria e de seu universo?

Mir –  Essa é com o Genaro.

Genaro – Desde o início achei que tínhamos que buscar a essência dessas personagens, mas num cenário que favorecesse qualquer tipo de história. Nas conversas com o Mir optamos por um mundo no futuro onde o leitor fosse descobrindo as coisas junto com ela, isso nos dá um leque de possibilidades infinita, como vocês podem conferir nas HQs publicadas online. Visualmente queria uma mulher forte e bonita, que é um clichê do gênero, mas que tento respeitar e fazer de uma forma que agrade e não caia no lugar comum.

6- Quais são os segredos e mistérios que só os mais atentos poderão observar em “Valkiria – A Fonte da Juventude”?

Mir – Valkíria vive num mundo pós-apocalíptico, e os mais atentos poderão ver várias referências à nossa época que o Genaro coloca aqui e ali. Além disso, nas histórias tem sempre uma dica do que aconteceu para chegar naquele mundo, que até pode passar despercebido para quem lê, mas que vai fazer sentido lá frente.

Genaro – Valkíria tem inúmeras referências, eu sou uma cria dos anos 80/90, então cresci vendo filmes e lendo gibis, muitos deles de gosto duvidoso, mas muito divertidos. Tento colocar um pouco disso nas histórias, tem um pouco de Sci-Fi, aventura, alguns personagens ilustres. Na verdade, eu faço Valkíria por diversão, então tento fazer sempre algo que eu goste de fazer, se não for assim não vale a pena.

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7- Que tal uma lista com 5 obras pulp que influenciaram bastante o trabalho de vocês?

Mir – Não sei se posso chamar tudo de Pulp, mas vamos lá: Tarzan, Zagor, Sheena, Conan e Mandrake.

Genaro – Acho que Tarzan e Conan são as principais influências em Valkíria, mas posso citar todas as Jungle Girls, Rima, Rulah, Sheena, até mesmo filmes como Logan´s Run e Planeta dos Macacos e toda essa leva de cinema Sci-fi da década de 1980, sei lá, já passou de cinco. (Risos)

Raphael Fernandes
Raphael Fernandes
é o editor de quadrinhos da Draco.

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