A arte e as técnicas para escrever boas histórias existem há milênios. Entretanto, na última década, tivemos evoluções nas formas e nas mídias que levam esses textos aos leitores. Se o impresso já está consolidado, o digital também fincou raízes e veio para ficar.
E tal como as mídias, o mercado, a carreira do escritor e a maneira de como se relacionar com o público também vivem um momento de transição, de flexibilização e até mesmo de mudança de paradigma.
Antes todas as etapas eram mais rígidas com pouca – ou nenhuma – interação, e o isolamento era comum. O escritor escrevia, a editora publicava, a livraria vendia e o leitor lia. E ponto. Esse modelo ainda existe, entretanto, aos poucos, essa rigidez vai se quebrando.
O mundo mudou e o mercado acompanhou o fluxo. Tudo está mais social, colaborativo e compartilhado. E os profissionais que não entenderem essa necessidade de evolução vão ficar para trás.
Negócios não são feitos somente de serviços, produtos e procedimentos. São feitos principalmente – e prioritariamente – de pessoas.
Não importa a área do conhecimento em que atuamos, são para as pessoas que produzimos. E na literatura, nas artes em geral, isso se intensifica, afinal, nossos escritos despertam sentimentos, sensações e reflexões.
E por causa dessa característica que as pessoas sentem tanta vontade de conhecer melhor o nosso trabalho, o nosso perfil e quem somos. Elas querem interagir, compartilhar experiências, sugerir, reclamar.
Apesar do livro ser um produto “acabado”, a história é um organismo vivo que reage segundo cada interpretação, cada visão e cada momento. E isso é lindo!
As histórias e personagens podem se metamorfosear a cada leitura. Podem virar “algo” que nós criadores, nunca imaginaríamos, afinal para as ideias e criatividade não existem limites.
Por isso é tão importante informar e interagir com o público, seja por meio das redes sociais, por blogs ou quaisquer outras ferramentas escolhidas. O importante é ouvir e dar voz.
É imprescindível criar um relacionamento honesto e rico, no qual todas as partes criam respeito e interesse mútuo.
Vamos juntos nessa?
Até mais.
*Frase da música Sympathy For The Devil dos The Rolling Stones.
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Post bem interessante. Esses dias estava escutando um podcast voltado para escritores, em que o autor entrevistado falava sobre a importância do marketing para o escritor moderno. Se antigamente o escritor poderia só escrever e esperar alguém fazer o trabalho de divulgação para ele, hoje em dia mesmo que ele tenha um profissional (ou equipe) de marketing, ele também precisa interagir com o seu público.
Abraços
Você tem toda razão. Os leitores valorizam muito esse contato com os escritores, que, por sua vez, devem aproveitar a oportunidade de saber como seu trabalho está sendo recebido e quais as expectativas.
Agora mesmo voltei de Porto Alegre, onde interagi com muita gente – uns que conheciam meus livros e outros que passaram a conhecê-los – e foi uma troca que realmente valeu a pena.