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Meu Amor é um Sobrevivente: Escrevendo “Vitória”, Roberta Grassi

A lua iluminava o deserto, o vento soprava aquele ar contaminado e fazia o mapa que eu erguia bem alto esvoaçar como uma bandeira, abafando o som dos motores sendo exigidos ao máximo. Havia três carros correndo e levantando nuvens de poeira, três pares de faróis rivalizando com a lua. Uma caminhonete e um carro de passeio adaptado vinham na minha direção a uma velocidade que me fazia crer que um dos dois iria me atingir e jogar meu corpo sem vida para longe, enquanto, atrás de mim, uma van fugia deixando o rastro dos pneus no chão e levando Vitória embora.

 

Era para ganhar tempo e permitir que aquela van fugisse que eu estava parado no meio do deserto, erguendo um mapa falso e esperando a colisão.

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Quando a Draco anunciou os critérios e regras para seleção de contos para a antologia Solarpunk eu tive a ideia “perfeita”, imediatamente se formou na minha mente a imagem do interior de uma van cheia de gente armada até os dentes indo para um posto de captação de energia solar e eu fiquei super empolgada para escrever sobre isso. Acontece que esta ideia, que a principio pareceu perfeita, nunca passou da primeira página. A data limite para enviar o conto passou e eu não tinha resolvido ainda quem era aquela gente dentro da van e muito menos por que estavam armados até os dentes.

Algum tempo depois publicaram no blog da editora o guia de submissão de contos para a “Meu amor é um sobrevivente”, e vendo que a catástrofe seria solo fértil para um conto para a antologia eu me lembrei da ideia que tive para a Solarpunk, e desta vez eu me forcei a explicar por que aquelas pessoas estavam na van indo até o posto de captação de energia solar, por que elas estavam armadas e de quem estavam se defendendo e, para seguir as diretrizes da coletânea, como um cenário como este uniria duas pessoas.

As explicações foram surgindo aos poucos. Depois que eu parei de idealizar a história e me obriguei a conta-la a coisa fluiu. O resultado final ficou bem diferente daquela primeira ideia, não estava perfeito, mas estava escrito, e, o mais importante, ficou pronto vários dias antes da data limite.

Eu estava no trabalho quando saiu o resultado e a empolgação de ver meu conto entre os escolhidos tornou o resto daquele dia totalmente improdutivo (afinal é difícil trabalhar quando você está ocupada mostrando para todo mundo o seu nome entre os das autoras selecionadas).

A Ana Lúcia Merege foi muito gente boa e ajudou a melhorar o conto, questionando a motivação dos personagens e sugerindo ressaltar certos pontos da história. Foi bem legal.

E depois disso restou a ansiedade para ver o livro pronto e a curiosidade de ler os outros contos da antologia.

Meu Amor é um Sobrevivente, editora draco

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0 Comments

  1. Ana Lúcia Merege disse:

    Com uma história boa assim, dá gosto trabalhar. Bem-vinda a bordo, Roberta!