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Dragões: Escrevendo “O Recrutamento da Mulher-Dragão”, Antonio Luiz M.C. Costa

Minha família era modesta e meu clã fraco na região, sem conexões políticas para me abrir caminho a uma carreira como servidora pública. E eu não tinha talento para a magia, nem beleza para… deixa pra lá. Mas desde que me tive por gente me pareceu insuportável a rotina de minha mãe e tias, de lavrar a terra dura, limpar pedras e ervas daninhas, espantar as pragas e cuidar das crianças e da criação. Minha inspiração era Us Ata Tauan, heroína do meu clã do Urso e fundadora da força imperial de amazonas na época do primeiro Casal Imperial. Lembro-me de fazer minha mãe ou minha avó me contarem sua história inúmeras vezes.

 

Apesar de acharem minha ambição excessiva para uma menina de inteligência, digamos, não tão notável, minha família permitiu-me dedicar-lhe meu tempo livre e todos ficaram surpresos mas felizes quando, por fim, prestei meus exames e fui aceita pelos recrutadores imperiais. Glorioso foi o dia em que cruzei pela primeira vez as muralhas de Atlântis e desembarquei no cais da Academia Militar. Seria um vexame, depois de tudo isso, tornar-me ajudante de ordens da chefa de um posto militar no meio da selva, vegetando entre gente primitiva e combatendo apenas mosquitos e sanguessugas.

 

Agarrei-me com garras e presas, quero dizer, com unhas e dentes, à última chance de escapar à mediocridade: entrar na sagrada ordem das rionós, as mulheres-dragões. Não sabia mais que tu se era verdade o que diziam sobre sua origem na noite dos tempos, muito anterior à própria Atlântida. Importava-me o prestígio do título no Exército e na Marinha, a solidariedade das irmãs e o respeito que inspira nas oficiais que não ousaram tentar conquistá-lo, pois como bem sabemos, muitas não sobrevivem à iniciação que, além de qualificar as vitoriosas como sacerdotisas-guerreiras das divindades tricolores, Karmó, a branca, casinos online Tliká, o vermelho, e Kiném, a negra, equivale com muita justiça à participação honrosa em três batalhas para fins de promoção e honras militares e garante, após o serviço militar, um jameshallison casino cargo prestigioso e bem remunerado de sacerdotisa em algum dos templos dedicados à Trindade.

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Dragões, amazonas e Atlântida, por que não? Não é a primeira vez que a combinação é tentada Relationships loom large Wednes best-horoscope.com night to Friday. – tem até um RPG no Facebook, Dragons of Atlantis, com esses mesmos três ingredientes – mas o leitor ainda não conheceu estes dragões, estas amazonas e esta Atlântida. Mais do que de dragões, trata-se de um conto sobre o limiar entre a condição humana e a de animal e o quão online casino dgfev tentador pode ser atravessá-lo.

Uma vez que me propus escrever um conto para a antologia “Dragões”, pensei naturalmente em integrá-lo ao mundo de fantasia onde localizei minha Atlântida. O meu romance Crônicas de Atlântida: o tabuleiro dos deuses cita duas espécies draconiformes: os dracos, seres voadores de tamanho médio semelhantes às serpes ou wyverns das lendas europeias e os dragões propriamente ditos, enormes e aquáticos, inspirados nas tradições chinesas e japonesas. Os dracos tiveram um papel relativamente importante, mas se fez apenas uma rápida alusão aos dragões e sua piracema, que passa pelos canais de Atlântis.

Como se sabe, piracema é a migração de certas espécies de peixes no sentido das nascentes dos rios, onde se reproduzem. Aonde levaria uma migração de dragões? A um lugar estranho, cercado de lendas e mistérios. Como, exatamente, se reproduzem? De um jeito incomum.

Além disso, minha Atlântida é uma civilização matrilinear, onde as mulheres são respeitadas e poderosas e existe uma tradição de guerreiras amazonas, também mencionada de passagem no romance. De onde vêm? Quais são suas crenças, rituais e aspirações? Como é ser uma amazona atlante? Tentei dar respostas a essas perguntas que espero ter conseguido tornar tão interessantes e perturbadoras para os homens quanto para as mulheres.

Você pode baixar o conto em formato e-book na sua loja preferida, acesse a hotpage: http://editoradraco.com/2012/04/16/dragoes-o-recrutamento-da-mulher-dragao-antonio-luiz-m-c-costa/

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