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Dragões: Escrevendo “O buraco dos malditos”, Pablo Amaral Rebello

– Qual tipo de dragão vive lá dentro? – quis saber Jorge, genuinamente interessado.

 

– Uma serpente de fogo – respondeu Redburn. – São dragões muito comuns na América do Sul. No Brasil, em especial. É por conta deles que se criaram lendas como o Boitatá e a Boiúna, também conhecida como Mãe D’água. Possuem o corpo de cobras enormes e cabeças de dinossauros, animais assustadores! Faziam os índios se cagarem de medo nos velhos tempos…

 

– Quer dizer que existe mais de um tipo de dragão? – foi a vez de Aline perguntar.

 

O criptozoologista deu risada.

 

– Existem centenas! Dragões de todos os tipos e tamanhos. Dragões capazes de serem domesticados como cachorros e dragões mais inteligentes que os maiores pensadores humanos. Dragões voadores e dragões marinhos. Diabos! Eu diria que esses lagartos bastardos são mais numerosos que as crianças da China!

 

– É mesmo? Então porque quase ninguém já viu um? – provocou Jefferson, mais à vontade.

 

– Porque geralmente eles devoram quem faz perguntas idiotas como essa – rebateu Redburn sem o menor senso de humor.

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Confesso que não me animei muito quando vi que estavam abertas as submissões para a coletânea Dragões. Queria muito escrever, mas me faltava uma boa ideia para colocar no papel. Afinal, o que eu sabia sobre histórias de dragões? Pouca coisa. Motivo pelo qual decidi mergulhar de cabeça no assunto.

Pesquisei um bocado de referências mitológicas. Pesquei aparições de monstros escamosos no folclore brasileiro. Folheei uma porrada de quadrinhos. Assisti novamente filmes como Beowulf e Reino de Fogo na esperança de que algo acendesse a chama da inspiração.

E, ao longo do caminho, alguma coisa deu certo. De uma hora pra outra, uma imagem muito clara surgiu na minha mente. Uma cena bem específica sobre a qual eu poderia construir minha história. Era hora de botar a mão na massa.

A primeira coisa que decidi foi o cenário. Sabia desde o início que a história se passaria no Brasil, mas precisava escolher um lugar propício para o desenvolvimento da ação. Escolhi a Chapada Diamantina por ser uma região rica em cavernas e por possuir uma geografia única, que contribuiria para oferecer o clima misterioso que a trama demandava.

Em seguida, decidi ambientar a história no presente, com personagens contemporâneos que não acreditassem muito nessas histórias de dragões. A não ser por dois deles, ao redor dos quais todos os outros orbitariam. Assim surgiu o documentarista Jorge Aguiar e o criptozoologista Redburn. Os conflitos principais estavam estabelecidos.

Por fim, montei uma lenda a respeito de uma caverna misteriosa que os bandeirantes acreditavam ser um portal para o inferno. Era a última peça que faltava. Depois disso, foi só colocar as palavras no papel e embarcar na aventura, que me diverti muito em escrever e que concluí numa madrugada regada de filmes trash. Achei apropriado.

Divirtam-se!

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0 Comments

  1. Karen Alvares disse:

    Gostei muito desse conto. É uma trama incrível e muito bem pesquisado. E adorei que a história se passa no Brasil. Fiquei na ponta da cadeira o tempo todo. Parabéns, Pablo! 😉