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[Top 5] José Roberto Vieira

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O Baronato de Shoah – A Canção do Silêncio é um romance com influências steampunk que mistura elementos da cultura pop com fantasia, magia, tecnologia neovitoriana e uma forte dose de emoção e aventura.

Sehn Hadjakkis, seu protagonista, é um mashiyrra – um  escolhido – membro da Kabalah, a elite do exército; finalmente chegou a hora de Sehn ingressar nas fileiras militares, mas, antes, ele e sua amada, Maya Hawthorn, fazem uma promessa de amor que jamais poderá ser quebrada: eles decidem se casar assim que Sehn completar seu árduo treinamento de quatro anos.

Porém, traído pelo melhor amigo, Sehn deve escolher entre a mulher que ama ou a nação que jurou proteger.

O que você faria se tudo em que acreditasse fosse uma mentira?

Se tudo aquilo que amasse traísse você?

Se o seu mundo estivesse para ruir?

O Baronato de Shoah – A Canção do Silêncio é o primeiro livro da saga criada pelo escritor José Roberto Vieira.  Em breve sua continuação “A Máquina do Mundo” estará pronta para publicação. Você também pode conferir os spin-offs do Baronato de Shoah nos Contos do Dragão e na Coletânea “Fantasias Urbanas”. Abaixo, o autor nos conta as cinco principais influências do seu trabalho.

A Casta dos Metabarões

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Por incrível que pareça, as maiores influências ao Baronato de Shoah não são steampunk, mas obras de fantasia de outros gêneros.

A Casta dos Metabarões foi publicada no Brasil pela Editora Devir em cinco volumes. Escrito por Alejandro Jodorowsky e desenhado por Juan Gimezes, conta a história do Metabarão, o guerreiro mais poderoso do universo. O Metabarão, na verdade, é um dos personagens de outra saga, o INCAL, que eu ainda não li, mas pela qual tenho muita curiosidade.

A ideia inicial do Baronato era que a Kabalah fosse uma “elite da elite”, na verdade as dez divisões militares que a compõem deveriam ser ocupadas por apenas uma pessoa. Estes “guerreiros” seriam conhecidos como os “Barões da Kabalah”, mas a ideia ficava meio ruim na execução e exagerada quando se tratava de literatura.

Com o passar do tempo, os tais “Barões” se tornaram os “yezirah” os líderes, e a Kabalah adquiriu mais alguns soldados. Assim como Shoah deixou de ser o personagem principal, para se tornar um Messias e ser apenas citado.

A Casta dos Metabarões é uma saga de ficção futurista, se não me engano, uma Space Opera, e das MUITO boas. Naves espaciais, aliens, planetas explodindo, impérios galácticos e um tecno-papa!

 Draco: Então há influências da Space Opera no Baronato de Shoah?

Sim, ainda mais de outra obra grandiosa, Star Wars. Confesso que eu nunca gostei tanto da série, mas eu sempre achei a sequência dos roteiros geniais: jornada do herói, com o crescimento do Luke e a vitória dos Rebeldes no primeiro filme; depois a derrota no Império Contra-ataca, e por fim, após muitas perdas, a vitória final no terceiro filme.

Esta mistura de roteiro simples, mas com uma boa estrutura, mesclada a um cenário fabuloso também me incentivaram a escrever o Baronato de Shoah. Mas eu não segui à risca a fórmula da Jornada do Herói, apesar de alguns de seus elementos estarem presentes na história de Sehn e da Canção do Silêncio.

Final Fantasy 6

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Final Fantasy é a referência mais óbvia para a maioria dos escritores da minha idade. Principalmente o 6 (o 3 japonês) , que eu considero, praticamente, um poema em forma de jogo.

O jogo possui uma atmosfera vitoriana com elementos mágicos e tecnologias a vapor dignas das melhores obras steampunk. Robôs, fábricas, aeronavios, barcos, casas de ópera, vilões “classudos” (Kefka!!!) e um império que deseja conquistar o mundo.

A parte mais importante do Baronato, o Quinto Império, teve sua inspiração nas forças imperiais de Final Fantasy 6; mas eu queria algo além de um “império vilanesco que deve ser impedido a qualquer custo”, eu queria que os personagens e os leitores se identificassem com ele, que gostassem dele e que não houvesse divisões entre bem e mal, apenas lados diferentes e ideologias diferentes com outros reinos.

Na primeira versão do livro o império caçava os arur por considera-los uma afronta a Shoah, depois as coisas mudaram um pouco e os arur passaram a fazer parte da Kabalah. Sehn era um desses arur e ele tentava chegar à fronteira imperial com Diren, para sobreviverem.

Ainda sobre Final Fantasy, há elementos da série que podem ser encontrados durante a leitura do Baronato: Mansão Shin-ra (FF7) como a casa onde Aleantrus resgata Edgar; os aeronavios, óbvio! As espadas “impossíveis”; e as lutas.

Grande parte das minhas referências extraliterárias veio de Final Fantasy, inclusive uma surpresinha do Baronato de Shoah: a Máquina do Mundo.

Draco: Você considera prejudicial este distanciamento da literatura fantástica contemporânea dos livros “clássicos”?

Nem um pouco! Mas não vou generalizar, ok? Mas boa parte dos escritores que conheço têm influências além dos livros. Eles cresceram jogando videogame, RPG e lendo quadrinhos de todos os tipos.

Isto os torna inferiores intelectualmente? Nada! Estas influências são tão válidas quanto qualquer livro, apenas a forma delas é diferente.

Por exemplo, Final Fantasy 6 possui um roteiro tão intenso quanto Game of Thrones. A Casta dos Metabarões é tão grandiosa quanto a Ilíada. As referências de cada autor devem servir como base para outros, e não como motivo de chacota.

Therion – discografia     

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Uma banda que eu conheci em meados entre 1999 e 2001, quando as raves góticas do Thorns eram um dos eventos mais esperados do ano, e o Skol Rock custava R$ 50,00 e trazia mais de 20 bandas ao palco.

Era uma boa época.

Therion se tornou uma das minhas bandas favoritas após o disco Theli, com fortes influências ocultistas e mitológicas. Mas foi o álbum “Secrets of The Runes” que marcou o Therion como uma das minhas bandas favoritas, ao lado do Blind Guardian. Cheguei a ouvir TANTO o “Secrets” que ele riscou.

Secrets of The Runes é uma espécie de “Metal Opera” onde o tema principal é a mitologia nórdica, da criação do mundo ao Ragnarok – o apocalipse. As letras são fortes, com algumas músicas beirando o “tribal” usando e abusando de percussão e batidas “secas”.

Uma dica? Quando estiver lendo o Baronato de Shoah experimente ouvir Ginnungagap durante o capítulo “Tehom”.

Além do Theli, outros dois álbuns me conquistaram e ajudaram muito como inspiração para o Baronato: Sírius B e Lemúria. Ambos seguem a mesma fóruma “Mitologia + Ocultismo” e pegadas de heavy metal  com instrumentos de música clássica. Mas a inspiração que eu peguei destes dois discos é principalmente para os Titãs do Baronato e para algumas regiões de Nordara.

A Torre Negra – Quadrinhos

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Sim, eu sei que o livro é importante, rico em detalhes, cheio de reviravoltas. Mas eu comecei a ler os quadrinhos antes de terminar os sete livros, então descobri muitas coisas sobre o Mundo Médio através deles. Pecado? Nem um pouco. São mídias diferentes, apenas isso.

A série em quadrinhos mostra os fatos acontecidos antes dos livros,  como a “passagem” de Rolando Deschain para a vida adulta e a queda de Gilead. Além disso apresenta outros personagens da série e vem com breves explicações sobre a criação do mundo e a lenda de Artur Eld. Eu gosto muito da série como um todo, principalmente da transformação dos “cavaleiros medievais” em “pistoleiros”, ambos com um rígido código de conduta e uma sociedade muito bem organizada.

O primeiro conto que originou “O Baronato de Shoah” chamava-se Kaleck e era muito inspirado no jeito cru de “O Pistoleiro”. Lembro até que a última sentença do conto era “O homem de preto seguiu pelo deserto, mas não havia ninguém atrás dele”.

Full Metal Alchemist Brotherhood

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Demorei um bocado de tempo para assistir F.M.B, primeiro por que achei os episódios iniciais chatos, depois por falta de tempo.

Aí, uns 3 meses após a tentativa, sem nada para assistir, resolvi insistir. Comecei a assistir Full Metal Brotherhood sem compromisso algum, intercalando-o com capítulos do Baronato de Shoah e partidas de Zelda, para Nintendo Wii. O resultado foi que, depois de 7 episódios eu não conseguia fazer outra coisa e estava completamente absolvido pelo anime.

A história? Edward e Alphonse Elric tentam reviver a mãe usando alquimia. O experimento dá errado, Edward perde um braço e uma perna, Alphonse perde o corpo e vai parar dentro de uma armadura (estou sendo didático, ok?). A partir daí, os dois resolvem gastar todas as suas forças para terem o corpo de Alphonse de volta. Fim.

Só que o anime não acaba aí. Ele envolve conflitos políticos, traições, história antiga, alquimia, filosofia e ação. Não tinha como escrever o Baronato de Shoah sem se deixar envolver por esta obra!

No fim das contas eu só consegui terminar o “Baronato de Shoah- a Máquina do Mundo” depois de assistir aos 75 episódios de F.M.B. Ainda assim, houve muitas influências no livro que vieram daqui, além, claro, de coisas que eu tive de deixar para outros livros, tão empolgado que fiquei.

José Roberto Vieira nasceu em 1982, na cidade de São Paulo/ Capital. Formado em Letras pela Universidade Mackenzie, atuou como pesquisador pelo SBPC e CNPQ e atualmente é ghost-writer e auxiliar de roteirista. Autor dos RPGs Taenarum e Éride, e do romance de steam-fantasy O Baronato de Shoah, pela editora Draco.

0 Comments

  1. Tiago Rodrigo' disse:

    Muito boas influências. Final Fantasy e Stephen King juntos só podia resultar em O Baronato, o primeiro e melhor livro steampunk que li. Fiquei curioso sobre os Metabarões. Vou procurar saber mais sobre.

    • jose roberto vieira disse:

      opa, valeu Tiago!
      Tem os metabarões lá na Devir, eu aconselho MUITO a leitura.