Comecei o ano com um pacote de sonhos com roteiros bem delineados, começo, meio e fim. Circunscritos, claro.
Sou famoso por pesadelos do passado ou conquistas do futuro, não plots cinematográficos envolvendo zumbis, mundo pós-apocalíptico e amores em meio a uma guerra perdida.
Da última vez, fui encurralado num corredor úmido e escuro, clichê dos bons, por um grandalhão mal encarado. Não sei, mas algo nele me lembrava o Terry Crews, bem assustador. Ele me pseudo-lobotomizou de uma forma cruel e não aconselhável para torturadores modernos: com seus punhos de urso, esmagou gradualmente meu crânio, espremendo-o como uma espinha, fazendo o cérebro vazar pela orelha, olhos e nariz. Nojento.
Aí ele parou e eu continuei vivo, com meio-cérebro. Até lhe fui grato, confesso. Saí meio-vegetal pelo mundo, meio-pusilânime, gritando por socorro num cenário meio-vivo. Um lugar cheio de meios, mas sem fins.
Como qualquer sonho.
Seguindo a ordem de Nolan e seu Inception, a segunda camada onírica foi-me bem mais gentil. Ainda que um proto-vegetal, tive capacidades de continuar minha jornada sombria me unindo a um velho, ex-criminoso da mesma organização que causava
o caos em Socorro, interior paulista e minha cidade natal, que
em meio a essa trama orgásmica, ganhou ares de Mad Max, apenas para se dar o luxo do autovalor.
Ainda entre a guilda, havia um cowboy leviano e minha namorada, que era a mesma da realidade, mas ali se chamava Claudette Rastophoulos. Dessa forma, mesmo, com dois Ts e PH, no exotismo do meu sonho de cinema.
Eu, lógico, o líder. De cabeça chata, com metade do cérebro. Deformado, mas líder. O quarteto temerário avançava pelo interior, carregando algo que lembravam metralhadoras em punhos. Quentin Tarantino teria orgulho em algum momento, creio.
Chegamos no hotel da organização do mal, com a proa titânica dum cruzeiro
despontando para o meio da rua, como de fato há em Socorro, agressiva, simbolizando falicamente algo no que esconde-se as impurezas dos desajustados da madrugada (e o que é um sonhador de épicos como este, senão um ladrão notívago, né não?). Ademais, entramos arrebentando, matamos todo mundo e ainda cuspi na cara do vilão. Bem style.
Terceira camada. Ainda com meio-cérebro e meio-lobotomizado, estou num campo aberto (ou que emulava tal), caótico, sentado em meio a um set, esperando Danny Boyle terminar as filmagens de seu novo clipe com zumbis, carnificina e corre-corre.
Havia um certo tumulto no estúdio (?), pessoas tensas, mas meus companheiros do ato anterior haviam desaparecido. Morrido, talvez. Sequestrados? Sei lá. Mas os zumbis eram de verdade.
Eu até corri de um, era bem assustador. Não no sentido Zombieland de ser, algo mais na pegada gore de George Romero, mesmo.
Há diferenças entre zumbis?
Em algum momento vi Rick Grimes correndo ao fundo, com sua espingarda. Juro, juro.
Como qualquer boa obra pede, teve o clímax. Apareceu o Terry Crews genérico, versão zumbi agora. Sim, aquele que esmagou meu crânio lá no começo, maldito seja. Pulou três camadas do sonhar para me pegar. Nem Morpheus o deteve.
Nos encaramos, olhos de coragem. Eu armado. Ele, com seus punhos de Zé Colméia. Apavorante.
Acordei, como o previsto. Apertou, a gente foge
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do pesadelo. Não é assim na vida, mas na ilusão. Se temos um dia complicado, foda pra dedéu, usamos o sonho como refúgio da realidade insuportável. Lá, criamos nosso mundo e o controlamos. Afinal, controle é bom. Vide Click; já viu? Veja.
Babydoll não tinha como escapar da lobotomia em Sucker Punch (a lindinha fetichesca também, como eu, coitadinha), por isso criou um cenário com orcs e dragões de Tolkien, outro de guerra mundial com zumbis steampunks, um com construtos futuristas à lá Eu, Robô, fechando com samurais e suas metralhadoras gigantes. Criou missões, remetendo ao RPG que deveria jogar em tardes de sábado onde dava pausa na leitura de seus mangás. Juntou uma trupe de gostosas para combater o mal a sua maneira. Bem legal, clipe extenso e cool. Não do Boyle, nem Tarantino. Mas de Zack Snyder, o cara que vai recauchutar o Superman. Enfim.
Filmes influenciam sonhos, que influenciam a realidade, que influenciam em nossa criação (artística, claro). Eu escrevo o que vivencio, o que devoro e
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o que imagino. História (com h minúsculo, por favor) é como um barco em mar revolto: ali, em meio à tormenta, chuva no cocuruto, trombetas de Zeus no firmamento, ele toma um rumo que você não espera, sem Norte nem noção, vai pra qualquer lugar, a qualquer momento, e você vai junto, porque você é o autor, você é o
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leitor, depende do ponto de vista. Por isso ler é um tesão. Por isso escrever é um êxtase. Prosas nos conduzem sem destino, direto ao nirvana da imaginação.
Literatura é uma invenção coletiva.
Lirismo bonito, palavras calorosas essas. Mas é que a escrita me faz mais inspirado, mais apto a pirar nas ideias, a vomitar os insights. Inescapável, como nas camadas de sonhos.
A morte é de todos, mas para poucos. Não me refiro às tragédias recentes, nem de época alguma, mas a aceitação dela no meio social, principalmente o meio
ficcional.
Sem chances deu destrinchar isso agora,
nem vem.
Quando criei Necrópolis – A Fronteira das Almas, publicado pela Draco no final de 2010, eu não pensava em colocar uma ruiva deslumbrante decepando duendes, nem mesmo um monge cortando pulsos de rapazes confusos
. Eu queria fugir da Dona Morte, do medo dela, não da minha ida, mas do meu irmãozinho, o caçula, aquele dezessete anos mais novo; a velha história já contada por bardos em eventos de litfan afora.
Do medo a ideia, dela para a história. O sonho virou realidade, cinco anos depois o livro nasceu. Sonhei com ele antes, durante e depois de sua edição-publicação. Sensação única.
Aconselho colegas em começo de carreira que tentem experimentar
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desse cogumelo feito de papel.
E vejam só, a morte me fez nascer.